Parlamento discute o papel das cooperativas na construção da integração



O Parlamento do Mercosul (Parlasul) realizou nesta quinta-feira (18) o seminário "As Cooperativas, instrumentos para construir integração". No encontro, os parlamentares debateram a proposta de estatuto aprovada em reunião dos presidentes dos países integrantes do bloco, em 30 agosto de 2007, para as cooperativas do Mercosul. A proposta promove a integração regional por meio da harmonização e sistematização das normas legais e tributárias nas áreas de fronteira dos países integrantes do bloco econômico. Esta foi a primeira proposta encaminhada pelos presidentes para apreciação do Parlasul e atende à recomendação 193/02 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O seminário foi organizado pela Comissão de Trabalho, Políticas de Emprego, Seguridade Social e Economia Social do Parlasul. Além dos parlamentares, participaram do encontro, diversos representantes de organizações cooperativistas dos países-membros, a ministra de Desenvolvimento Social do Uruguai, Marina Arismedi, o ministro do Trabalho e Seguridade Social do Uruguai, Eduardo Bonomi, e o vice-ministro de Desenvolvimento Social da Argentina, Patricio Griffin.

O presidente do Parlasul, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), disse que o estatuto deverá mudar o cenário rural, um dos mais pobres da América Latina, e a cultura do trabalho integrado. Para ele, o cooperativismo no âmbito do Mercosul será um instrumento importante num momento de crise financeira internacional e poderá amenizar o ambiente hostil em relação aos chamados brasiguaios - produtores rurais brasileiros que se estabeleceram no Paraguai.

- Há que se mudar a cultura, porque se não tenho a cultura de integração em nível individual, eu não consigo fazer a integração na comunidade em que vivo. E, nisso, a cooperativa ajuda - afirmou.

O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) ressaltou a importância de um estatuto comum para o setor de cooperativas no âmbito do Mercosul. Ele observou que os bancos e as grandes empresas operam nessa mesma linha, atuando em forma de consórcios ou cooperativas para otimizar suas operações e aumentar os lucros. Mesquita Júnior lamentou que não seja possível aprovar o estatuto ainda este ano, mas manifestou a esperança de que, até o início do próximo ano, estará aprovado.

- É um marco importante, que traça diretivas para que seja facilitado o comércio. O estatuto reúne os processos de cooperativas dos nossos países. Através dele, é possível aperfeiçoar e dinamizar ainda mais essa atividade econômica, facilitando as transações internacionais a partir da produção das cooperativas.

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que o estatuto representa muito para os pequenos e médios produtores rurais. Ela assinalou que a iniciativa não beneficiará apenas a cooperativa de produção, mas também a cooperativa cultural, com o artesanato que dá emprego e renda. Na avaliação da senadora, esse segmento só crescerá por meio do cooperativismo.

- Eu tenho certeza que os parlamentos dos nossos países vão endossar a proposta do Parlasul para que possamos dar as condições efetivas àqueles que desejam ser cooperativados. O espírito de cooperativismo não pode cair. Todos aqui acreditam que, se trabalharmos um pouco, arredondarmos mais o projeto, isso vai facilitar muito o interesse dos pequenos e médios produtores - afirmou.



18/12/2008

Agência Senado


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