Parlamento será fundamental para a integração regional, diz Kirchner



O Parlamento do Mercosul será "fundamental" para o aprofundamento do processo de integração regional, disse na sexta-feira (21) o presidente da Argentina, Nestor Kirchner, ao iniciar a reunião de cúpula em que entrega ao Brasil a presidência pro tempore do bloco econômico. Ao recordar os mais de 500 anos de história da cidade de Córdoba, onde se realiza o encontro, o presidente argentino observou que este é o momento adequado para ser definido o rumo que terá a integração no futuro.

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- A democracia, a solidariedade, os direitos humanos, a justiça social, a eqüidade e a luta contra a pobreza devem estar presentes na integração. Devemos ter um novo e ampliado conceito de soberania, política e produtiva. O Parlamento do Mercosul contribuirá para a pluralidade e para promover a participação da sociedade na integração - disse Kirchner na abertura da reunião de cúpula.

Apesar de admitir a existência de desafios "muito grandes" no processo de integração, que será conduzido pelo Brasil durante o segundo semestre, Kirchner manifestou otimismo em relação ao futuro do bloco e acusou os opositores do Mercosul de buscar "de qualquer maneira" inviabilizar a maior aproximação entre os países membros.

O mesmo raciocínio foi exposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele apontou a existência, em todos os países do bloco, de setores políticos contrários ao Mercosul. E atribuiu a governos anteriores a responsabilidade por muitos dos sinais do que seria, na opinião de críticos, o "esfacelamento" do bloco.

- Os que criticam o Mercosul são os setores conservadores que durante muito tempo trabalharam para acabar com o bloco. Não compartilho da percepção de que Mercosul esteja em crise. Em 1998, quando se falava do fim do Mercosul, já se dizia que não era o bloco que estava em crise, mas, sim, nossos países. Nossos objetivos centrais permanecem mais válidos do que nunca - afirmou Lula.

O presidente brasileiro disse que assume a presidência pro tempore consciente do "momento especial" da integração, em que se experimenta a ampliação do bloco, com a adesão da Venezuela, e do "nível de nossas ambições". Para Lula, o Mercosul tem o desafio de "reinventar-se" para atender às expectativas de seus membros, por meio do combate às chamadas assimetrias criticadas pelos sócios menores. Na sua opinião, é necessário - como também disse Kirchner - aproximar o Mercosul do "dia-a-dia dos cidadãos", para que se possa atender melhor às demandas das suas populações.



21/07/2006

Agência Senado


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