Participação feminina em programa de fortalecimento da agricultura cresce 240%



Apenas nos últimos três anos, a presença das mulheres no Programa de Aquisição de Alimentos passou de 11,5 mil em 2009 para 39,3 mil no ano passado

 

O número de mulheres atendidas por políticas públicas de promoção ao desenvolvimento do meio rural é cada vez maior. De acordo com balanço divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (15), apenas nos últimos três anos, a presença das mulheres no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) passou de 11,5 mil em 2009 para 39,3 mil no ano passado, representando um crescimento de 240%.

A importância feminina no programa também pode ser percebida pelo volume de recursos recebidos. Diferentemente dos diversos setores produtivos - onde a mulher recebe menos que os homens - no PAA, a remuneração feminina é superior. Na modalidade de Doação Simultânea as mulheres recebem em média R$ 4.211, enquanto que a média geral do programa em todo o País é de R$ 4.152.

Esse aumento tem gerado grandes benefícios econômicos e sociais para as famílias brasileiras no meio rural. "Em geral, os trabalhos executados pelas cooperativas chefiadas por mulheres demonstram uma maior preocupação com quem recebe o benefício. Sem mencionar que, em geral, a prioridade feminina ao ter uma autonomia econômica é investir na própria família, seja na melhoria das condições da casa ou no estudo do filho", relata a superintendente de Suporte à Agricultura Familiar, Kelma Christina Cruz.

O balanço da Conab aponta, ainda, que o número de projetos exclusivamente femininos também cresceu cerca de 30% - no ano de 2010, apenas 347 mulheres desenvolviam 20 propostas contempladas no PAA. Já em 2012, esse número saltou para 572, resultando em 26 iniciativas.

 

 

Desafios

Apesar do crescimento apresentado nos últimos anos, a participação feminina no programa não chega à metade dos contemplados. Em média, as mulheres representam 34% dos beneficiados. Entre os quilombolas a situação não segue a tendência nacional. Nesse grupo, as mulheres são mais ativas no programa, com participação que chega a 57%.