Patrícia Saboya: CPI não conseguiu punir ninguém



Durante audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) nesta quinta-feira (10) destinada a debater o Programa Turismo Sustentável e Infância (TSI), lançado pelo Ministério do Turismo, a senadora Patrícia Saboya Gomes (PSB-CE) destacou a dificuldade que é combater a exploração sexual de crianças e adolescentes.

A senadora presidiu uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPI) que tratou do assunto. Ela disse que até hoje nenhum dos 17 casos "emblemáticos" que a CPI encaminhou ao Ministério Público recebeu qualquer punição.

Patrícia Saboya disse ter se encontrado "mais de dez vezes com o ministro da Justiça" e "mais de vinte vezes com representantes da Polícia Federal", mas informou que, mesmo assim, não teve qualquer resposta sobre os casos investigados pela CPI.

A senadora acredita que os piores problemas são os que a sociedade se recusa a ver. Para Patrícia Saboya, até hoje muitas pessoas negam a existência da exploração sexual de crianças e adolescentes e do turismo sexual. A senadora sugeriu a exposição pública dos culpados e a prisão de estrangeiros que realizam tal prática no Brasil.

Durante a discussão, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) também destacou a dificuldade de se solucionar o problema do turismo sexual. Para Mesquita Júnior, é preciso punir os culpados com grande constrangimento e publicidade. O senador sugeriu a criação de uma polícia voltada especificamente para lidar com esse assunto.

Na opinião de Mesquita Júnior, o Brasil discute o problema da exploração sexual há muitos anos, mas não são vistas mudanças concretas. Na opinião do senador, o país tem o hábito de falar das coisas, muitas vezes defender apaixonadamente determinadas idéias, mas tem dificuldades de modificar a realidade. Mesquita Júnior acredita que a sociedade como um todo precisa se envolver no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), por sua vez, pediu a aprovação de projetos que criam normas mais duras para punir crimes sexuais contra crianças e adolescentes. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) lembrou a dificuldade de serem encontrados culpados de pedofilia na Internet e pediu a aprovação de projeto de autoria dele que tipifica crimes cometidos com o uso da rede e auxilia na responsabilização de usuários pelos crimes que cometem online.



10/05/2007

Agência Senado


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