PATROCÍNIO DIZ QUE HÁ MUDANÇA DE CULTURA NAS RELAÇÕES ENTRE PATRÕES E EMPREGADOS
Uma "mudança de cultura" na relação entre patrões e empregados, conforme "parece estar acontecendo", é o que pode contribuir para preservar milhares de empregos ameaçados no país, segundo entende o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO). Ele afirmou concordar com o ministro do Trabalho, Edward Amadeo, para quem essa mudança contribuirá significativamente para moderar os efeitos do fechamento do mercado de trabalho.Neste sentido, o senador enalteceu o recente acordo entre a Volkswagen e o Sindicato dos Metalúrgicos, segundo o qual 26 mil trabalhadores aceitaram a redução da jornada e dos salários de parte dos funcionários, e a empresa descartou demissões imediatas. Contudo, Patrocínio lamentou que um grande número de trabalhadores brasileiros, como já aconteceu no ano passado, continue ameaçado de perder o emprego: "Retornam, agora, à mesma incerteza, e quantas úlceras, quantos infartos, quantas preces e quantas lágrimas povoarão a vida desses infelizes!". Dentro desse contexto, onde o desemprego desponta como grande ameaça para boa parte da população, Carlos Patrocínio conclamou os senadores e deputados - "co-responsáveis pelo destino da Nação" - a analisarem com prudência as medidas propostas pelo Executivo, com vistas ao equilíbrio das contas públicas. Para ele, o fundamental é "ter em mente que apesar de todas as determinações da economia, a prioridade máxima deve ser a área social: o bem- estar do povo brasileiro".Entre as iniciativas que o senador identificou como esforço do governo e da sociedade civil para barrarem o avanço do desemprego, Patrocínio destacou que a Campanha da Fraternidade, a ser desencadeada pela Igreja logo após o Carnaval de 1999, terá como tema o desemprego.Também os governadores eleitos e o presidente da República, observou o senador, têm dado mostras de que estão preocupados em encontrar uma saída para o problema. Ele citou o encontro de Fernando Henrique com um grupo de empresários, quando o presidente teria proposto diminuir os juros em troca de uma trégua nas demissões.Outro exemplo, segundo Patrocínio, é o que o governador do Tocantins está fazendo, ao redistribuir funcionários através da descentralização administrativa a ser incrementada a partir do próximo mês de janeiro.
16/12/1998
Agência Senado
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