Sugestões de patrões e empregados podem ajudar país a crescer, diz Paim



O 1º vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), afirmou em Plenário, nesta sexta-feira (1º), que está satisfeito com as sugestões apresentadas por empresários e sindicalistas ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, reunido na semana passada em São Paulo. Para ele, a iniciativa demonstra boa-vontade dos integrantes do órgão - que tem função de aconselhamento do presidente da República - em buscar soluções para ajudar o Brasil a retomar seu crescimento.

- Ficamos entusiasmados com a volta dos debates, pois isso é muito positivo para o país. Temos muita esperança no encaminhamento que está sendo dado pelo governo para a retomada do crescimento econômico, de forma sustentada e duradoura, para que o Brasil possa se reencontrar com o emprego e com a paz social que merece - disse o senador.

Paulo Paim analisou as sugestões, observando que as mesmas ainda serão discutidas pelo conselho e, se acatadas pela presidência, deverão passar também pelo crivo do Congresso Nacional. Esta foi, lembrou ele, a sistemática adotada com as reformas tributária e da Previdência, que tramitam, no momento, na Câmara.

O parlamentar gaúcho manifestou receio com uma das propostas dos empresários, de se adotar o reajuste de preços e salários com base na meta de inflação. Em sua opinião, a medida seria positiva se a idéia for indexar os preços dos produtos aos salários. Caso contrário, advertiu, poderia ser arriscado, pois os preços poderiam voltar a subir - com a retomada da inflação - sem que os salários acompanhassem a subida.

A sugestão de elevação do dólar para R$ 3,30 ou R$ 3,50 foi considerada por Paim -como intervenção indevida no câmbio-. Ele também discordou da proposta de redução da taxa real de juros para 8% em 2003 e 5% em 2003, por considerar temerária uma queda repentina das taxas de juros.

- Seria muito estimulante se voltássemos a ter taxas de juros nesses níveis. Mas penso que não devemos querer nem o céu, nem a terra. Vamos baixar as taxas, mas dentro de um patamar que não provoque a volta da inflação - pregou Paim, elogiando, também as sugestões de investimento na construção civil e de abertura de novas linhas de crédito.

Sobre as propostas dos trabalhadores, ele destacou a sugestão de utilização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para empréstimo ao trabalhador, que seria pago em 24 parcelas. Outra modalidade de empréstimo, constante das propostas, seria aquela concedida a aposentados no valor de até 100% do benefício.

- Essa seria uma medida sobretudo justa, pois daria aos aposentados e pensionistas a oportunidade de terem acesso a alguns bens de consumo que não têm sido permitidos com seus limitados proventos - disse o senador.

Paulo Paim aproveitou para cumprimentar o retorno à Casa do senador Maguito Vilela (PMDB-GO), que presidiu a sessão desta sexta-feira.



01/08/2003

Agência Senado


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