Patrocínio quer incentivar os fitoterápicos para baixar preços de remédios



Ao protestar contra os preços abusivos dos remédios, o senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) defendeu o uso crescente dos fitoterápicos como forma de baixar o custo final do medicamento. Hoje, no mundo, o mercado dos fitoterápicos movimenta US$ 40 bilhões anuais, mas a parcela brasileira é de apenas US$ 700 milhões, apesar da riquíssima biodiversidade do país, afirmou.

Segundo Patrocínio, para se ter idéia do que o país está perdendo ao não investir nesse tipo de pesquisa, um fitoterápico como o ginko biloba, utilizado contra doenças degenerativas, movimenta no mundo US$ 280 milhões por ano. No Brasil, o fitoterápico líder de vendas, o Vick Vaporub, é desenvolvido por uma multinacional e fatura quase US$ 21 milhões anuais.

O senador pelo Tocantins lembrou que os remédios sintetizados, que dominam amplamente o mercado, estão cada vez mais caros e com preços abusivos, sendo possível, por meio da fitoterapia, baratear muito o custo final do medicamento. Tradicionalmente, o Brasil tem ignorado as potencialidades de sua diversidade biológica, que representa um manancial inesgotável para a produção de fitoterápicos. Mesmo nos dias de hoje, o faturamento do país com fitoterapia corresponde a apenas 4% dos remédios vendidos, disse.

Patrocínio afirmou que os preços mais baixos não constituem a única vantagem dos remédios fitoterápicos. Para o Brasil, a opção pelos fitoterápicos representa a possibilidade de fabricar seus próprios fármacos. Como oitava economia do mundo, o país não pode continuar nessa situação de completa dependência da importação de matérias-primas para obter medicamentos, afirmou o senador. "Além de uma questão de saúde e qualidade de vida da população, trata-se de uma situação envolvendo a segurança nacional", concluiu.

20/04/2001

Agência Senado


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