Paulo Duque: "Não há motivo para que Sarney se afaste da Presidência do Senado"



O senador Paulo Duque (PMDB-RJ) sustentou em discurso que não há motivo para que o senador José Sarney (PMDB-AP) se afaste da Presidência do Senado enquanto são investigadas denúncias de irregularidades cometidas por ex-diretores da Casa. Ele discordou da tese defendida pouco antes pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), a favor do afastamento de Sarney, e opinou que se trata de uma "coação política".

Paulo Duque ponderou que o Senado tem um Regimento Interno, que prevê o funcionamento da Casa em todas as situações, inclusive nas crises. Para ele, na verdade as crises fazem parte do "jogo político" e basta olhar para qualquer câmara legislativa do país para se perceber "que é assim que funciona".

- Por isso, também não vejo motivo para que se mude o Regimento Interno neste momento para que o Plenário fique encarregado de eleger o diretor-geral do Senado. Isso tem de ser definido pela Mesa, que é eleita para isso - afirmou.

Paulo Duque leu em Plenário nota que o presidente José Sarney distribuiu a respeito da notícia do jornal O Estado de S. Paulo de que seu neto José Adriano Cordeiro Sarney é sócio de empresa que faz intermediação de empréstimos bancários consignados a funcionários do Senado. Na nota, Sarney afirma que seu neto é "pessoa extremamente qualificada, com mestrado na Sorbonne e pós-graduação em Harvard". Sarney aponta ainda uma "campanha midiática" para atingi-lo porque ele não esconde seu apoio político ao presidente Lula e ao seu governo.

Paulo Duque também leu nota que José Adriano Cordeiro Sarney enviou ao jornal O Estado de S. Paulo, na qual afirma que, sendo economista e administrador formado na França e nos Estados Unidos, foi gerente do departamento responsável por créditos no banco HSBC. Com os conhecimentos da área, decidiu participar como sócio da empresa Sarcris que, desde 1995 mantinha convênios com instituições públicas e empresas privadas, inclusive com o Senado. Lembra que, quando se associou à empresa, o HSBC já tinha autorização para operar com crédito consignado para servidores. Na nota, José Adriano condena "insinuações descabidas" contidas na reportagem e diz que nunca teve "qualquer favorecimento" e que tomará "medida judiciais" contra o jornal.



25/06/2009

Agência Senado


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