Paulo Duque relembra posse de Jango na Presidência



O senador Paulo Duque (PMDB-RJ) fez, nesta quarta-feira (3), um discurso relembrando os acontecimentos dramáticos que precederam a posse de João Goulart na Presidência da República, em 7 de setembro de 1961. O parlamentar classificou seu pronunciamento como uma homenagem ao Congresso e aos militares, que, ao entrarem em acordo para garantir a posse do líder trabalhista, "evitaram uma guerra civil".

Paulo Duque recordou a renúncia do presidente Jânio Quadros, a 25 de agosto de 1961, e a reação dos militares à posse de Jango, o vice, que se encontrava em missão oficial na China. Seguiu-se ação diligente da classe política e, apesar das resistências a Goulart, "o patriotismo também dos militares".

- Os políticos agiram, e os militares entenderam - analisou o parlamentar.

Enquanto a crise não ser resolvia, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu a Presidência da República e o Congresso votou uma emenda constitucional transformando em parlamentarista o sistema de governo.

O senador narrou também a peripécia do retorno de Jango ao Brasil, então vivendo dias de grande apreensão. O então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, recordou o senador, articulou a chamada "cadeia da legalidade", com o apoio do 4º Exército e tendo como veículo principal de comunicação e propaganda a Rádio Guaíba, de Porto Alegre.

- Durante 12 dias de crise permanente, o presidente da República vindo, passa três dias em Paris, depois embarca para Nova York e vai direto para Buenos Aires. Lá, fica meio confinado num hotel, passa três horas no aeroporto. Consegue sair da Argentina, aproximando-se do país aos poucos e consegue ser transportado para Montevidéu [capital do Uruguai]. De lá até Porto Alegre foi um pulo só - recordou Paulo Duque.

A 7 de setembro, finalmente a crise é contornada e Jango presta juramento perante o Congresso, pronunciado, na avaliação do senador, "um discurso de estadista, que conseguiu preservar a unidade do país e evitar a conflagração entre os irmãos, morticínio, tiroteios, bombardeios". No dia 8, Jango passou a noite na Granja do Torno. No dia seguinte, iniciou seu governo.



03/09/2008

Agência Senado


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