Paulo Hartung alerta para a persistência das desigualdades sociais



Ao comentar a pesquisa do IBGE sobre a evolução dos indicadores sociais durante a década de 90, o líder do PPS no Senado, Paulo Hartung (ES), afirmou que a persistência das desigualdades sociais no Brasil - o índice de Gini, a melhor medida para disparidade de renda, permaneceu em 0,57 - empana o brilho de dados animadores como a queda de 22,5% do analfabetismo, o crescimento de 15% do tempo de estudo e a redução da mortalidade infantil em 22%.

A pesquisa mostra, na avaliação de Hartung, que apesar das conquistas advindas da estabilidade econômica e política, os avanços sociais foram tímidos.

- Faltou vontade para encarar a realidade de um Brasil injusto e desigual que não pára de gritar para os ouvidos surdos de seus representantes: somente um ambiente de igualdade de oportunidades será capaz de mudar esse quadro - afirmou o senador.

Para o representante do Espírito Santo, vencer o desafio da distribuição de renda requer a conjugação de programas para promover a universalização do acesso à educação da pré-escola ao segundo grau, aumentar os investimentos em saúde, articular a reforma urbana, definir projetos de renda mínima, ofertar crédito aos microempreendedores e adotar mecanismos ativos de correção das discriminações de gênero e raça.

Hartung acredita que somente um amplo programa para promover a igualdade de oportunidades entre todos os segmentos da população será capaz de mudar o padrão de apropriação da riqueza e acelerar a melhoria dos indicadores sociais, reduzindo a grave situação da desigualdade social no Brasil. "A pesquisa mostra, claramente, que o crescimento puro e simples da renda é insuficiente para modificá-la", observou.

Em aparte, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) reconheceu que a renitência das desigualdades sociais tem-se revelado um problema difícil de resolver. Para ele, um dado relevante nesse quadro é o saneamento básico, que permitirá ao país vencer as doenças da pobreza.

Também em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) concordou com a importância do saneamento básico, mas ponderou que o problema do Nordeste - garantir água para beber, em falta para milhões de habitantes que terminam enchendo os hospitais da região - é ainda mais essencial.

10/04/2001

Agência Senado


Artigos Relacionados


Eduardo Braga lamenta persistência de desigualdades no Brasil

Augusto Botelho alerta sobre persistência da tuberculose

PARA SUPLICY, PROER AGRAVOU DESIGUALDADES SOCIAIS

Waldeck Ornélas sugere saída para superação das desigualdades sociais

Paulo Paim lamenta persistência da violência contra as mulheres

Saturnino quer debate sobre desigualdades sociais na campanha para o segundo turno