Paulo Octávio manifesta preocupação com declarações do ministro Rossetto
O senador Paulo Octávio (PFL-DF) manifestou preocupação com o teor da entrevista do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, à revista Veja, em que apóia as invasões de terra pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e -economiza palavras demonstrando receio de contradizer ações lideradas no campo como forma de acelerar iniciativas governamentais-.
Ao anunciar que assinou requerimento do senador Romero Jucá (PSDB-RR) convocando o ministro a depor no Senado, Paulo Octávio observou que Rossetto, como integrante do governo, não pode fazer declarações que possam estimular processos de invasão e desordem.
- As palavras do ministro soam como um consentimento a iniciativas desse tipo, o que é condenável - afirmou.
Paulo Otávio disse que o comparecimento do ministro ao Senado servirá para esclarecer como se comportarão os dirigentes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), oriundos do MST, diante de uma invasão de terras ou do cumprimento de decisão judicial para retirada de integrantes do movimento.
- Poderão os produtores rurais encontrar imparcialidade? - indagou.Em aparte, o senador Demóstenes Torres (PFL-TO) também manifestou sua preocupação diante das declarações de Rossetto, ressaltando que um ministro não pode pregar sublevação.
- Suas palavras contrariam as diretrizes do governo Lula de incremento às reformas sociais que não podem ser confundidas com banditismo - disse.
Região Centro-Oeste
Paulo Octávio anunciou, ainda, a formação de uma frente parlamentar do Centro-Oeste, constituída de 12 senadores e 41 deputados para defender os interesses da região. A primeira questão a ser enfrentada, informou, diz respeito à instalação de presídios de segurança máxima em cidades da região, medida a que ele se opõe radicalmente. Ele acrescentou que já apresentou projeto de lei vedando essa construção em cidades com mais de 50 mil habitantes. O senador lembrou as preocupações já manifestadas em Plenário pelo senador Ramez Tebet (PMDB-MS) contra a intenção do governo federal de forçar o Mato Grosso do Sul a receber um dos mais perigosos criminosos do país.
Em aparte, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse que a melhor maneira de aprisionar criminosos de alta periculosidade é mantê-los em áreas não-urbanas com obrigatoriedade de trabalhar.
25/03/2003
Agência Senado
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