Paulo Paim anuncia seminário sobre células-tronco



O senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou a realização do seminário “Pessoas com deficiência e células-tronc raízes de problemas ou ramos de soluções”, a realizar-se no dia 17 de agosto, na Universidade Luterana do Brasil, em Canoas (RS). O evento está sendo organizado pelo seu gabinete, em parceria com o Instituto de Pesquisa em Acessibilidade dessa universidade, e objetiva aprofundar o debate sobre essa novidade científica.
Sustentando que o ser humano é único e precisa ser visto como tal, Paim quer assegurar o respeito às diferenças culturais, sociais e individuais e garantir que todos os benefícios resultantes dessa experiência científica estejam à disposição de todos, independentemente de sua classe social. – Será que todas as pessoas portadoras de deficiência terão acesso a tratamentos com células-tronco? Como poderemos saber se os embriões que possam vir a apresentar algum tipo de deficiência no futuro terão o direito a vida? Não poderão eles ser utilizados em pesquisas com células-tronco? De acordo com o senador, há dois tipos de células-tronc as extraídas de tecidos maduros de adultos e crianças ou as de embriões. No caso das extraídas de tecidos maduros, como o cordão umbilical ou a medula óssea, as células-tronco são mais especializadas e dão origem a apenas alguns tecidos do corpo. Já as células-tronco embrionárias mostram-se mais eficazes na formação de qualquer tecido do corpo. – Esta é a razão pela qual os cientistas desejam tanto pesquisar estas células para tratamentos. O problema é que, para extrair a célula-tronco, o embrião é destruído. Segundo os cientistas, seriam usados apenas embriões descartados pelas clínicas de fertilização e que, se implantados no útero de uma mulher, dificilmente resultariam em gravidez. Porém, essa idéia esbarra na oposição de setores religiosos e grupos antiaborto que consideram que a vida começa no momento da concepção. Com perguntas do tipo “como serão avaliados os casos em que o embrião poderá ou não se desenvolver?”, “será que os cientistas e pesquisadores não irão descartar vidas que possuam algum tipo de deficiência, cor de pele ou etnia, em benefício de uma sociedade de iguais, onde não existam as diferenças?”, Paim apresentou suas razões para a realização desse seminário.

12/08/2004

Agência Senado


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