Cientistas de São Paulo inovam em pesquisas com células-tronco



Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram produzir células-tronco de pluripotência induzida (iPS) a partir da modificação genética de células da pele, um feito inédito na ciência brasileira. A inovação do projeto está no uso de genes distintos daqueles tradicionalmente utilizados pelos grupos de pesquisa que produzem trabalhos semelhantes.

 

A pesquisa coloca o País em posição de destaque no cenário científico internacional. O estudo faz parte do pós-doutorado da pesquisadora Virgínia Picanço e Castro, pela FMRP, e foi publicado em junho na edição online da revista Stem Cells and Development, orientado pelo professor Dimas Tadeu Covas, da FMRP, e do Hemocentro de Ribeirão Preto (SP).


O objetivo do grupo era transformar células de pessoas adultas em células-tronco de pluripotência induzida (iPS). Essa reprogramação ocorre por meio da introdução de genes nas células adultas. Vários estudos internacionais já foram realizados usando essa técnica que, tradicionalmente, utiliza quatro genes para a modificação genética: SOX 2, OCT 4, KFL 4 e C-MYC. Uma das características dessa técnica é que, quando as células iPS são introduzidas em animais, elas levam à formação de tumores.

 

No estudo realizado em Ribeirão Preto, os pesquisadores utilizaram três genes: SOX 2, C-MYC e um outro inédito, o TCL 1-A para reprogramar células adultas de pele humana. Os cientistas conseguiram transformá-las em células-tronco de pluripotência induzida, mas elas apresentaram a característica de não produzirem tumores.


É a primeira vez que um grupo de pesquisa produz esses resultados usando genes distintos daqueles tradicionalmente usados. Agora, os estudos continuam com a finalidade de entender outras características que essas células apresentam e suas possíveis propriedades terapêuticas.

 

“Não temos um número tão grande de pesquisadores quanto o de outros centros de pesquisa no exterior, mas também produzimos trabalhos com resultados muito interessantes”, comenta Covas, destacando o papel fundamental que o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Células-Tronco e Terapia Celular (INCT), sediado em Ribeirão Preto, juntamente com o Centro de Terapia Celular (CTC) da USP na cidade, tiveram para a realização desta pesquisa.

 

Além de Covas e de Virginia, participaram do trabalho os pesquisadores Elisa Maria Souza Russo-Carbolante, Luiza Junqueira Reis, Ana Maria Fraga, Danielle Aparecida Rosa de Magalhães, Maristela Delgado Orellana, Rodrigo Alexandre Panepucci, e Lygia Veiga Pereira. 

 

Fonte:
Ministério da Ciência e Tecnologia



09/08/2010 02:40


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