Paulo Paim pede que gaúchos investiguem denúncias de corrupção, "doa a quem doer"



Dizendo-se "indignado" com as notícias que vêm sendo divulgadas nos últimos dias pela imprensa do Rio Grande do Sul, o senador Paulo Paim (PT-RS) pediu que a "CPI do Detran", da Assembléia Legislativa do estado, "investigue tudo, doa a quem doer". Ele se referiu especificamente a gravações divulgadas pelo vice-governador, Paulo Feijó, que revelariam a existência de corrupção no Banrisul e no Detran gaúcho, envolvendo o PMDB e o PP.

- Não faço aqui ataque à governadora do estado, Yeda Crusius. Não acuso ninguém. Estou me limitando a falar sobre o que saiu na imprensa nos últimos dias. Nunca na história ocorreram fatos de tamanha envergadura - sustentou.

O senador informou que, pelas notícias, a corrupção no Detran gaúcho, que somaria R$ 44 milhões, vem desde 2003.

Paulo Paim leu trechos de nota sobre o assunto distribuída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), regional sul, que "reflete a revolta" dos gaúchos com o caso. Informou que ainda haveria nesta segunda-feira (8) uma grande manifestação de protesto de partidos políticos e sindicatos à frente do Palácio Piratini, sede do governo do estado, em Porto Alegre.

Previdência

O senador propôs que o Congresso promova uma conferência nacional para discutir se a Previdência Social "é ou não é superavitária". Ele pediu que fosse transcrita nos Anais do Senado reportagem do jornal O Dia que, citando a GVS Consultoria, mostra que uma pessoa que contribua 35 anos para o INSS e se aposente aos 55 anos de idade receberá "apenas R$ 690,41 por mês". No entanto, se os mesmos valores depositados para o INSS fossem aplicados em fundos de renda fixa, com rentabilidade mensal de 1%, o trabalhador acumularia ao longo dos 35 anos R$ 1,6 milhão, o que lhe ofereceria uma renda mensal de R$ 16 mil.

- Por isso, vamos discutir a Previdência e o "fator previdenciário" a fundo. Eu sempre desconfiei que o trabalhador ganharia mais se poupasse o dinheiro. A pergunta que fica é: para onde vai esse dinheiro? - questionou.

Paulo Paim contestou nota publicada pela revista Veja desta semana sobre projetos em tramitação no Congresso que beneficiam trabalhadores. Disse que a publicação "comete uma grande injustiça" ao "chamar os congressistas de vagabundos" sob o argumento de que eles trabalham apenas três dias por semana o que, insistiu, "não é verdade".

Ele admitiu que realmente "em alguma segunda-feira ou sexta-feira" os parlamentares têm compromissos em seus estados e não podem participar das sessões plenárias. O senador também discordou da afirmação da revista de que um projeto de sua autoria, que libera o trabalhador para faltar ao serviço uma vez por ano para cuidar de assuntos pessoais, possa ser considerado como incentivador de "vagabundagem".



09/06/2008

Agência Senado


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