Pavan critica política econômica
O senador Leonel Pavan (PSDB-SC) criticou nesta terça-feira (19) a política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva, por prejudicar "diretamente o contribuinte e as camadas mais necessitadas". Ele disse que a população não agüenta mais pagar "juros absurdos" e arcar com aumentos constantes, como o dos combustíveis.
- Mesmo sabendo que essas decisões só têm agravado o quadro da miséria e da pobreza que atinge a maioria do povo brasileiro, o governo do presidente Lula, ao que nos parece, não demonstra qualquer disposição para mudar os seus atos e assumiu de vez a postura da insensibilidade. Decidiu realmente massacrar a classe média e prejudicar ainda mais os mais pobres - afirmou.
Pavan alertou ainda para o caráter inflacionário dos reajustes nos preços dos combustíveis e cobrou a aplicação dos recursos arrecadados com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na recuperação das rodovias, lembrando que o Tribunal de Contas da União (TCU) já se manifestou sobre o assunto condenando o governo pelo uso do dinheiro para fazer superávit primário e pagar dívidas pendentes.
O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse, em aparte, que em reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na manhã desta terça-feira houve uma discussão em torno da proposta das parcerias público-privadas (PPPs).
- Não é verdade que o governo não faz as obras de infra-estrutura que o país necessita porque o Congresso Nacional não vota as PPPs. O governo tem os recursos, mas não sabe como aplicá-los - assinalou.
O senador Flávio Arns (PT-PR), por sua vez, disse que é preciso pensar no que vem dando certo e nos desafios que ainda precisam ser enfrentados. Ele disse que a população ainda tenta entender por que os recursos da Cide (R$ 8,5 bilhões em 2003 e R$ 10 bilhões em 2004) e o excedente do superávit primário não são aplicados em obras de infra-estrutura.
- Poderíamos encontrar caminhos, mesmo sem as PPPs - frisou.
19/10/2004
Agência Senado
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