Pavan diz que alterações produzidas no Orçamento dificultam ação do governo



A Assembléia Legislativa realiza nesta quinta-feira, dia 21 de dezembro, sessão extraordinária a partir das 10h para votar o Orçamento 2001. O relatório da proposta orçamentária foi aprovado pela Comissão de Finanças e Orçamento na última segunda-feira, dia 18 de dezembro, com 106 emendas. O líder do governo na Assembléia, Ivar Pavan, considera que o relatório que irá à votação cria enormes dificuldades político-administrativas para o governo do Estado no próximo ano. Segundo o parlamentar, a oposição incluiu no orçamento mecanismos para fabricar receitas fictícias, como o gatilho de 5% para atualização orçamentária e a manutenção dos R$ 300 milhões que seriam arrecadados com a aprovação da nova matriz tributária. “Ao rejeitar a matriz tributária, a oposição deveria ter suprimido da proposta orçamentária os R$ 300 milhões que seriam arrecadados a partir do aumento seletivo de impostos. Isso não foi feito e os investimentos que seriam financiados pela arrecadação advinda da nova matriz foram mantidos”, salienta. Pavan cita também a inclusão na reserva de contingência dos R$ 80 milhões que seriam destinados à recuperação dos salários mais baixos do funcionalismo, caso a alteração da matriz tributária fosse aprovada. Ele explica que a proposta aprovada na Comissão considera a reserva de contingência como fonte de receita para reajustar os salários dos servidores da Assembléia Legislativa e do Poder Judiciário. “Com isso, a oposição faz uma completa inversão de nossa proposta original. Em primeiro lugar, rejeita as mudanças necessárias para financiar a recuperação dos baixos salários. Em segundo, utiliza um subterfúgio para aumentar salário de quem ganha mais”, argumenta, lembrando que a média salarial no Legislativo é de R$ 5 mil. Outra dificuldade apontada pelo deputado é a obrigatoridade de suplementação do orçamento da Assembléia e do Judiciário toda a vez que o governo adotar o mesmo procedimento para as suas secretarias. “Prevalecendo esta lógica, se os recursos da Defesa Civil forem suplementados para atender vítimas de um vendaval, os orçamento da Assembléia e do Judiciário terão de ser suplementados na mesma proporção. É isto é um contra-senso”, protesta. A expectativa do líder do governo é de o bom senso prevaleça durante o processo de votação e que os equívocos produzidos pela oposição sejam corrigidos. “Do contrário, não estarão castigando o governo, mas a população gaúcha”, acusa. O orçamento para o próximo ano totaliza R$ 10,8 bilhões. Educação, agricultura, transporte e saúde são as prioridades apontadas pelo Orçamento Participativo. Para a educação, estão previstos R$ 2,1 bilhões (35% da receita líquida de impostos). A agricultura contará com R$ 253,7 milhões, as estradas com R$ 277 milhões e a saúde receberá R$ 548 milhões, o equivalente a 10% da receita líquida. As despesas com pessoal estão orçadas em R$ 5,3 bilhões. A manutenção dos serviços deverá consumir R$ 1,6 bilhão e a dívida R$ 897,2 milhões. As transferências para os municípios somam R$ 2,1 bilhões e o total de investimentos chega a R$ 825,2 milhões.

12/20/2000


Artigos Relacionados


Pavan cobra ação do governo em favor das mulheres

Comissão de Orçamento aprova alterações no PPA 2012-2015

Maioria governista impede alterações na PEC do Orçamento Impositivo

Alterações no texto adiam votação da PEC do Orçamento Impositivo

Jucá destaca alterações na tramitação do Orçamento da União

Renan defende alterações no modelo de tramitação do Orçamento