Pavan diz que oposição não entendeu explicações de delegados à CPI



O líder do governo, Ivar Pavan (PT), considera que as críticas da oposição ao inquérito policial que investiga o jogo do bicho no Rio Grande do Sul são frutos da dificuldade de alguns parlamentares de entender as explicações fornecidas pelos cinco delegados que depuseram nesta quinta-feira(9. “O presidente do inquérito, delegado Paulo Santana, repetiu pacientemente cinco vezes a forma de organização dos volumes que compõe a investigação. Mesmo assim alguns deputados não conseguiram entender o assunto. Ou é má vontade ou dificuldade de entendimento”, avalia. O líder do governo rechaça as suposições levantadas pelo presidente da CPI, Valdir Andres (PPB), de que os delegados que prestaram depoimentos omitiram informações por estarem sofrendo pressões. “O presidente da CPI deve ter tirado esta conclusão tendo por base a prática do seu partido. Este é mais uma suposição desprovida de lógica, pois se isto tivesse acontecido, os delegados teriam perdido uma grande oportunidade de denunciar a pressão na sessão reservada”, assinala. Pavan afirma ainda que espera que o presidente cumpra a promessa de começar a investigar na próxima segunda-feira os itens elencados no requerimento de instalação da CPI. “Já está mais do que na hora. Afinal, são quase três meses de trabalho voltado para a investigações de suspeitas e boatos de corredor. Esperamos que a partir da próxima semana a CPI passe a investigar fatos”, salienta. O parlamentar considera que a oposição tem pautado as investigações tendo como objetivo forjar manchetes, gerar suspeitas e desgastar o governo. “Trata-se de uma CPI contra o PT e contra o governo. Se a oposição quiser manter esta linha, vamos solicitar a inclusão de mais um item no requerimento, propondo que as investigações sejam estendidas aos outros partidos também”, ironiza. Inquérito – O presidente do inquérito, delegado Carlos Santana, explicou aos parlamentares que as páginas que não se encontram no relatório entregue à CPI foram remetidas ao Poder Judiciário ou às comarcas de origem. No primeiro caso, envolvem questões como quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico, que foram solicitados pela Justiça com o objetivo de manter o sigilo das investigações. No segundo, as peças tratam exclusivamente do jogo do bicho e que foram remetidas às comarcas de origem para o prosseguimento das diligências.

08/09/2001


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