Pavan: "Só Freud explica cortes de Lula em gastos sociais"
O senador Leonel Pavan (PSDB-SC) atribuiu a um -ato falho- a justificativa dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para vetar o repasse de R$ 8,7 milhões às entidades que atendem crianças portadoras de deficiência. A inclusão dessas entidades nos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) constava do Projeto de Lei nº 21/2003, mas foi vetada por que -concorreria para o comprometimento não só das metas dos resultados primários positivos, mas de todo o ajuste fiscal-.
Para Pavan, esse argumento mostra que o compromisso do governo não é com as crianças deficientes, mas com as diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI). O senador observou que, em face dos protestos contra o veto, o presidente alegou que o repasse era ilegal, mas só o fez depois de revelar o motivo principal do corte: uma opção política pelo arrocho fiscal, em detrimento das demandas sociais dos mais necessitados.
-Ato falho- é um conceito criado por Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, para explicar a incoerência entre o que seria esperado de uma pessoa e atos que ela comete repentinamente, em sintonia com razões íntimas, inconscientes. Numa categoria semelhante, batizada por Freud de -lapsos-, estão aquelas frases ou palavras ditas impulsivamente, e que revelam o que a pessoa realmente pensa ou sente.
- O inconsciente é essa área da nossa mente onde estariam guardadas as nossas verdades mais secretas, que nos envergonham e que tentamos, a todo custo, ocultar. É triste constatá-lo, mas o governo do Partido dos Trabalhadores, tudo indica, revelou nesse escorregão freudiano, sua natureza mesquinha e anti-social - afirmou o senador.
Outra demonstração de insensibilidade do governo Lula teria sido a determinação de que idosos acima de 90 anos comparecessem aos postos do INSS para provarem que estão vivos, apesar do pouco que recebem de aposentadoria e pensão.
05/12/2003
Agência Senado
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