Paz no trânsito, só com investimentos em transportes públicos
Atropelamentos, abalroamentos e colisões de diversos tipos mataram 767 ciclistas no Distrito Federal entre 1995 e 2010. Para o presidente da organização não-governamental Rodas da Paz, Ronaldo Alves, esses acidentes de trânsito estão associados à falta de políticas públicas de mobilidade sustentável.
- Quando se gasta efetivamente em transporte público, pode-se tirar uma grande quantidade de veículos das vias. Mas, quanto mais se fomenta o veículo individual, mais se fomentam esses acidentes - argumentou Alves em depoimento na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) na manhã de segunda-feira (4).
A audiência foi realizada para discussão sobre formas de melhoria na qualidade do trânsito, especialmente no aspecto da segurança.
Ao analisar o caso do Distrito Federal, o presidente da Rodas da Paz comparou a região com o estado do Pará. Segundo Alves, o número de veículos naquele estado é "muito maior" que o do Distrito Federal. Apesar disso, observou, o número de mortos em acidentes de trânsito nas duas regiões (mais de 500 cada) foi muito próximo em 2009.
- Há alguma coisa errada, não é? É que o Distrito Federal foi construído para uma política de mobilidade por carro - concluiu.
Motos
O presidente do Sindicato dos Mototaxistas do Distrito Federal, Luiz Carlos Galvão, disse que a resistência em torno da regulamentação da profissão de mototaxista está baseada em índices "exagerados e generalizados" de acidentes. Ele argumentou que tais índices misturam acidentes de pessoas que utilizam motos para trabalhar com os dos usuários comuns desses veículos.
Segundo Galvão, a maioria dos acidentes fatais com motos estaria relacionada aos usuários comuns. Ele disse que o caso de Goiânia deveria ser seguido. Como naquela cidade a atividade foi regulamentada e inclui, entre outros itens, o seguro de vida para o condutor e o passageiro, o cálculo dos índices de acidentes com mototaxistas seria mais preciso.
Os problemas relacionados às motocicletas também foram abordados por Ronaldo Alves, que relatou a utilização desses veículos por condutores sem habilitação em vários locais da Amazônia. Isso acontece, segundo ele, porque faltam políticas públicas de transporte para na região:
- Então, cada um cria sua solução pessoal, que é a motocicleta - observou o presidente da Rodas da Paz.
Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.
05/04/2011
Agência Senado
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