Pedro Simon critica os colegas de partido







Pedro Simon critica os colegas de partido
O pré-candidato do PMDB à Presidência da República, senador Pedro Simon, bateu duro hoje nos colegas de partido. Sem poupar ninguém, o senador gaúcho falou até do presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP). Disse não acreditar que Temer disputará as prévias de janeiro de 2002 com ele e com o governador de Minas, Itamar Franco, para definir o candidato do partido à Presidência. As críticas de Simon alcançaram também o futuro ministro da Integração Nacional, senador Ney Suassuna (PB). Simon também não esqueceu outros peemedebistas históricos como o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, a quem disse não ter autoridade para falar pelo partido.

A inspiração para os ataques veio depois da decisão do ex-assessor especial da Presidência da República, Moreira Franco, em deixar o governo federal dizendo não ser possível servir a dois senhores. Moreira se referiu ao PMDB e ao presidente FHC como sendo os dois senhores.
O mais atacado pelo gaúcho foi o colega de Senado e futuro ministro Ney Suassuna. Para Simon, o senador Suassuna entra no governo no momento em que o PMDB decidiu largar o presidente.

E foi mais longe ao afirmar que o colega vai para o governo não por indicação do partido mas por um desejo pessoal do presidente Fernando Henrique.
No PMDB, o líder na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), preferiu não comentar os ataques e o presidente do partido, deputado Michel Temer, não foi encontrado pela reportagem.


Brasil reivindica fim das barreiras
A quarta reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) começa hoje com a expectativa de definição para os rumos das relações entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
Diferentemente dos encontros anteriores, quando foram debatidas maneiras de avançar no livre comércio, a atual edição será pautada pelo questionamento sobre a validade da redução do protecionismo, despertado pelos atentados terroristas de 11 de setembro. "Esse será o momento de saber como os países desenvolvidos vão tratar a questão dos atentados, se vão apostar realmente no livre comércio ou se a opção será pelos acordos individuais, onde os países negociarão regras diferenciadas para cada parceiro", afirma o assessor econômico da Federasul, Paulo Barcellos Neto.

O Brasil vai buscar em Doha, Catar, maneiras de aumentar as exportações para Estados Unidos (EUA) e União Européia (UE). O economista da Ulbra, Aray Feldens, explica que a maior demanda do País junto à UE será a redução dos subsídios agrícolas daquele mercado. "Esses incentivos existem porque a produção européia não é competitiva, e perderia mercado", afirma.
Também a questão das barreiras não-tarifárias, como as fitossanitárias, deve mobilizar os negociadores brasileiros. "Trata-se de uma decisão subjetiva sobre características do produto que acaba gerando empecilhos à sua entrada", analisa Barcellos.

Com os EUA, a negociação deve focalizar três pontos. O primeiro deles, segundo o coordenador de Comércio Exterior da Unisinos, Ubirajara Dal Bello, é o comércio de minérios de ferro e laminados. "Como eles não são competitivos no setor, querem garantir proteção contra a concorrência externa para continuar fornecendo para a indústria nacional", explica.
O segundo ponto é o suco de laranja, também alvo de lobby dos produtores norte-americanos. "O Brasil entra forte no setor quando eles têm problema de safra, mas no restante do tempo eles querem garantir o mercado", destaca.

O terceiro fator é a questão de patentes dos medicamentos. Os países emergentes, liderados pelo Brasil, querem a quebra de patente em casos de emergência nacional ou crise de saúde, mas os norte-americanos alegam que a decisão sobre essas duas situações é muito subjetiva e pode prejudicar a indústria.
Os economistas concordam que dificilmente os países desenvolvidos aceitem reduzir os subsídios, especialmente na área agrícola. "Houve promessas nesse sentido na rodada de Seattle, em 1999, mas não foram cumpridas", afirma Barcellos.

Na questão do ferro e suco de laranja, Dal Bello considera um pouco maiores as chances do Brasil. "É possível que se consiga pelo menos uma flexibilização das barreiras", prevê.
Feldens destaca que o fim do protecionismo renderia aos subdesenvolvidos US$ 155 bilhões anuais, o que representa o triplo do valor que esses países recebem em ajuda financeira. "Para o Brasil, estima-se que o ganho seria de US$ 6 bilhões", ressalta.

China pode integrar organização
A entrada da China na OMC está na pauta de discussões da rodada. O Brasil é um dos defensores da aceitação do país. "Existe uma expectativa de que os 1,3 bilhões de pessoas constituam um mercado em potencial para os produtos agro-pecuários brasileiros", afirma o coordenador do curso de Comércio Exterior da Unisinos,

Mesmo assim, ele alerta que o mesmo motivo que leva os EUA a serem contra a entrada da China pode ser um fator prejudicial ao Brasil. "A indústria chinesa de manufaturas tem alta produtividade, e seria difícil tanto para os EUA quanto para o Brasil competir com eles nesse segmento", salienta.
UE pode negociar abertura agrícola
A União Européia (UE) está disposta a negociar a abertura de seu mercado agrícola, a eliminação das tarifas de importação, e a redução dos subsídios, além de oferecer um tratamento especial aos países em desenvolvimento durante a rodada de Catar. A afirmação foi feita pelo comissário europeu de Agricultura, Franz Fishler. "A UE quer uma ampla liberalização na área agrícola. Por isso, posso assegurar que vamos fazer concessões para incentivar a liberalização do comércio", afirmou o comissário, principal responsável pelas negociações agrícolas dos 15 países europeus.

Ele afirma que vai oferecer livre comércio agrícola aos 29 países mais pobres do planeta e propor o estabelecimento de um conjunto de disciplinas na OMC para regulamentar o apoio às exportações. A UE, entretanto, se recusa a considerar esse "apoio às exportações" como subsídios.
Para o comissário europeu, é importante também que a liberalização dos mercados não afete a situação dos agricultores europeus, nem impeça os países de implementar seu próprio modelo agrícola.
Ricúpero diz que OMC é prioridade

O lançamento de uma rodada de negociações no âmbito da OMC será uma das únicas possibilidades que o Brasil terá para equilibrar e defender seus interesses na Alca diante do poder dos Estados Unidos. A avaliação é do secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Comércio), Rubens Ricúpero, que participa hoje da sessão inaugural da reunião da OMC. "Se o Brasil tivesse que escolher entre a Alca e a OMC, aconselharia ficar com a OMC", afirma.
O temor de Ricupero é de que a maior parte dos interesses comerciais do Brasil se concentre em áreas em que os EUA dificilmente negociarão regionalmente. Na OMC, com a presença de 142 países, o poder norte-americano seria diluído e haveria mais espaço para negociações.

No caso do fim das barreiras às exportações de aço, que o Brasil tentará buscar, o entrave é o acordo que Washington está costurando um acordo com 39 países, inclusive o Brasil, para proteger sua indústria contra a concorrência mundial. "É obvio que Washington, negociando um acordo multilateral, não irá debater esse tema com a América Latina", diz Ricúpero.
Para ele, outro obstáculo às exportações do País, o protecionismo agrícola, somente poderia ser solucionado na OMC. Ricúpero conta que se discute uma lei nos Estados Unidos que garantiria subsídios no valor de US$ 409 bilhões até 2011 aos agricultores locais.

Os pedidos de concessões que os países desenvolvidos farão ao Brasil em Doha preocu pam o secretário-geral da Unctad. A solicitação de uma maior abertura deve ocorrer ser exatamente nos setores que já são responsáveis pelos déficits na balança comercial, como eletroeletrônica e petroquímica. Nesses dois setores, por exemplo, a proposta dos Estados Unidos é de adotar uma tarifa zero na OMC. "O Brasil não pode aceitar uma situação de saldo negativo, já que as condições de financiar o déficit estão cada vez mais difíceis".


Abras espera vender 2% a mais em 2001
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revisou as estimativas de crescimento do setor supermercadista para este ano. Agora, a Abras trabalha com uma previsão de crescimento de 2% em relação a 2000, quando o setor faturou R$ 68 bilhões. A estimativa anterior era de crescimento entre 1% e 1,5%.
De acordo com o presidente da associação, José Humberto Pires de Araújo, a revisão foi feita em razão da melhora no cenário econômico nacional ocorrida em outubro. Ele destacou o descolamento da economia em relação à crise na Argentina e a perspectiva de que neste Natal haverá uma grande competição entre os varejistas para atrair o consumidor.

Segundo ele, a expectativa é de que somente em dezembro as vendas cresçam, em média, entre 25% e 35% em relação a novembro. O porcentual é comum em todos os anos.
Uma pesquisa promovida pela Abras, entre setembro e outubro deste ano, com 50 empresas supermercadistas (que representam 50% das vendas totais do setor), mostra que 20% estão otimistas e acreditam que deverão vender mais do que no ano passado. Cerca de 15% esperam que suas compras dos fornecedores deverão ficar abaixo das realizadas em 2000, enquanto 65% acreditam que deverão manter o nível das encomendas no mesmo nível do ano passado.

Para 32% dos pesquisados, as compras de bebidas natalinas nacionais devem crescer 11%. Para 40% dos entrevistados, a compra de aves em geral (chester, peru e frango temperado) devem crescer 7% em relação ao Natal de 2000, enquanto o aumento das compras de carnes deve ficar entre 5 e 7%.
No quesito produtos importados, mais de 80% das empresas acredita que haverá uma queda entre 15% e 40% nas compras, principalmente por causa da desvalorização do real.


Festa no Gasômetro
Em 73 anos de existência, a Usina do Gasômetro sempre foi marcada por uma intensa produtividade. Se no passado foi de energia elétrica, atualmente o prédio é ocupado por todos os tipos de manifestações culturais. E, mais do que uma fábrica de cultura, a Usina também tem como referência a proximidade com o Guaíba e o pôr-do-sol, o que a transforma num dos locais preferidos dos porto-alegrenses e de visitantes de todo o Estado e País. O reconhecimento da sua importância no cenário do Rio Grande do Sul veio em 1983, quando o prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo governo do Estado.

Amanhã, seus freqüentadores terão mais um motivo para prestigiar este cartão postal da cidade. É o aniversário de 73 anos da Usina do Gasômetro, que será comemorado com várias atividades ao ar livre. A programação começa às 14h com uma intervenção cênica de conscientização sobre a economia de energia elétrica, promovida pela CEEE. Ao longo da tarde, as atrações ficam por conta da Secretaria de Cultura de Porto Alegre, que programou várias apresentações de artistas locais. Entre estes estão o Quarteto de Cordas Com Trastos, o músico Zé da Terreira com o show Quem tem Boca é para Cantar, os clowns do Circo Firuliche e a orquestra da Escola de Música da Ospa. "É a primeira vez que se faz uma grande festa nesta data. E a Usina merece, porque é um símbolo da capital", diz Margarete Moraes, secretária da Cultura de Porto Alegre.

O sábado também pode ser uma boa oportunidade para visitar a Bienal do Mercosul, que tem na Usina do Gasômetro um de seus espaços mais interessantes. As exposições que estão em cartaz são do dinamarquês Tal R, um pintor de telas de grande dimensões que relê o cotidiano com cores fortes, e de um grupo de artistas chineses contemporâneos, responsáveis por trazer ao Brasil uma reflexão sobre as atuais condições da China e dos países orientais. A programação tem entrada franca.


Farsul protocola notícia-crime contra MST
O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, e o presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PPB), protocolaram ontem, no Ministério Público Estadual, uma notícia-crime contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Em nome dos produtores rurais, pediram uma investigação sobre a atuação do MST no Rio Grande do Sul.
Os produtores denunciam que o MST forma milícias paramilitares, através de grupos armados, que se impõem nos assentamentos do Incra e nos seus próprios acampamentos, contra dissidentes, mediante força física e ameaças de morte, resultando até em assassinatos de emboscada. O documento também destaca o roubo de armas ocorridos durante as invasões às propriedades.

A notícia-crime foi encaminhada à assessoria do procurador geral da Justiça, Cláudio Bastos Silva. O Ministério Público tem 30 dias para concluir as averiguações. Se forem encontradas provas concretas, será aberto inquérito.
O deputado Frederico Antunes acusou ainda a existência de ações delituosas, como a cobrança de "pedágios" em assentamentos, arrendamentos de lotes, agressão dos direitos das crianças e destruição do meio ambiente.
Em Sananduva, o MST conseguiu a realização de uma audiência de conciliação com o Incra e o governo do Estado. Assim, os 300 sem-terra que ocupam 55 hectares da Granja Três Pinheiros, ganharam mais prazo para saírem do local, que pertence ao Banco do Brasil. O grupo teria que ter saído ontem.


Artigos

Um mundo futuro e as novas regras
Décio Pizzato

No dia 3/11/1998, fiz a palestra de abertura da Semana Acadêmica dos alunos do Centro Universitário Feevale, e que tinha como título "A crise global e o limiar de um novo mundo", onde eu discorria sobre os acontecimentos ocorridos a partir da crise da Ásia, em julho de 1997, seguidos pela moratória russa, em agosto de 1998, e sua contaminação nos países emergentes, principalmente aqui no Brasil. Na palestra feita aos acadêmicos e professores presentes, fiz duas análises. A primeira, sobre que a crise atingiria os Estados Unidos (EUA) e a União Européia (UE). Mesmo que os EUA estivessem vivendo a euforia do crescimento econômico, já havia sinalização na revisão do planejamento e corte nos investimentos das empresas. O crédito fácil, concedido pela UE, virou para um extremo rigor em sua concessão. O primeiro sinal externo foi quando a menina dos olhos dos investidores, as ações da nova economia, começou a desabar, em conseqüência da retração dos investimentos na velha economia.

O que se viu foi o que aconteceu ao longo do ano de 2000 e primeiro semestre de 2001. Algumas pessoas que assistiram esta palestra me comentaram que o que foi dito era muito nebuloso, mas que hoje ficou tudo de forma muito clara. A segunda análise era a de que deveriam ser estabelecidos limites nas flutuações, ou seja, na expansão decorrente do crédito fácil, e em sua retração, o que gera a recessão. Flutuações estas que destroem a esperança e reduzem a riqueza global. Continuava, nesta palestra, dizendo que deveriam ser estabelecidos mecanismos de combates às crises financeiras globais, e estabelecer uma nova ordem internacional globalizada, não ruinosa e até, quem sabe, solidária. Foi o que foi dito na Espanha, Inglaterra e França ao final do último mês, pelo senhor Fernando Henrique Cardoso. Que ratificou, assim, a Declaração da Cidade do Rio de Janeiro, que sediou a primeira Cimeira, reunião de 48 chefes de estados e governos da América Latina, Caribe e União Européia, ocorrida em junho de 1999. Assunto que foi amplamente analisado, em caderno especial, pelo Jornal do Comércio , na edição de 5/7/1999.

O que está escrito antes já foi falado para os principais líderes europeus, será também dito de oito a 11 deste mês de novembro ao presidente dos EUA, e na abertura anual da Assembléia das Nações Unidas. Pois, então, o dia 11 de setembro foi o marco zero de uma nova era para o mundo. E, se iremos construí-lo bem é uma outra história. A reunião da OMC em Doha, no Catar, também neste mês de novembro, tende ao fracasso pois a agenda a ser discutida já é obsoleta, pois foi feita antes de 11 de setembro. Sabe-se que um mundo novo começa com regras mais claras e com acessibilidades no comércio mundial. Assim, surge uma grande oportunidade de se obter resultados concretos, pois deverá ocorrer no primeiro semestre de 2002, em Madri, a segunda Cimeira, se os fatos não forem atropelados. Mas, enfim, devo falar de uma coisa mais próxima a todos. A crise energética foi mais assustadora nas palavras dos dirigentes da Câmara de Gestão. A sua repercussão nas empresas foi muito, mas muito menor do que o previsto, e os seus impactos já estão e podem ser vistos nas informações contábeis referentes ao 3º trimestre do ano. E a crise da Argentina, com o passar de 2001, já foi absorvida pelas empresas, pois tiveram tempo necessário, desde novembro de 2000, quando foi dado o primeiro sinal de alerta. Assim, desde o dia 15 de outubro já estamos começando a viver um ciclo positivo. É só acompanhar as informações da Bolsa de Valores.


Colunistas

Cenário político - Carlos Bastos

PPB gaúcho aposta em Bernardi e Pratini
O PPB gaúcho está apostando no ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, na prévia para escolha do candidato do partido à Presidência da República. Entendem que, com um gaúcho concorrendo à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, automaticamente será catapultada a candidatura ao governo do Estado de Celso Bernardi. Os pepebistas estão preocupados com os números tímidos de seu candidato até aqui, mas acreditam na pujança do partido que tem nada menos do que 175 prefeituras no Estado, além de quase mil e quinhentos vereadores. A maior aposta, entretanto, é emplacar a candidatura de Pratini de Moraes a presidente, pois isto vai potencializar o palanque do PPB gaúcho. Com Bernardi concorrendo ao Piratini e Pratini ao Planalto, os pepebistas acreditam que criam condições para chegar ao segundo turno e enfrentar o PT.

Diversas

A constatação das lideranças do PPB tem sido a fragilidade do partido em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Por isso, o candidato ao Senado Hugo Mardini dispõe-se a fazer um discurso vigoroso anti-PT, e agora está se batendo pela instalação da CPI da Corrupção.

Mardini tem um estilo agressivo de fazer política e quer deixar sua marca na campanha eleitoral de 2002.

Quem chega terça-feira a Porto Alegre é o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho (PFL). Ele vai assinar convênios com vinte prefeituras gaúchas. Receberá um relato do presidente regional, Germano Bonow, sobre a situação do partido no Estado.

Estarão hoje, em Porto Alegre, os senadores Eduardo Suplicy (PT), Pedro Simon (PMDB) e Jefferson Péres (PDT). Participarão de um debate no DCE da PUC, cujo tema é Conjuntura Política Brasileira, que acontecerá no Salão de Atos, às 20h, dentro do "Projeto Debate Aberto".

Assume amanhã a nova Executiva Estadual do PT, que tem na presidência David Stival, na vice-presidência, Paulo Ferreira, e na secretaria-geral, Francisco Vicente.

Deputado Marco Peixoto (PPB) esteve ontem em Santa Rosa e Santo Ângelo e, hoje, estará em Ijuí e Cruz Alta, participando do Fórum Democrático através da Comissão das Desigualdades, que faz o diagnóstico de cada região do Estado.

A senadora Emília Fernandes (PT) estará lançando amanhã, sábado, às 18h, o livro "Rio Grande de Luz, Ética, Trabalho e História".

Última

Será hoje, no começo da noite, na Praça da Matriz, defronte ao Palácio Piratini, a manifestação petista de desagravo do governador Olívio Dutra. Os correligionários do governador querem promover uma concentração-monstro para assinalar sua inconformidade contra as críticas que Olívio vem sofrendo, desde a revelação da gravação da conversa de Diógenes de Oliveira com o ex-chefe de Polícia, Luiz Fernando Tubino. Deverão estar presentes lideranças nacionais do PT, como o presidente de honra, Luis Inácio Lula da Silva, e o presidente nacional do partido, deputado José Dirceu.


Começo de conversa - Fernando Albrecht

A vertente keynesiana...
Parece estar em alta a vertente keynesiana através de políticas monetária e fiscal, classificadas pelos economistas como contra-cíclicas para arrefecer a recessão e o desemprego. O professor Fernando Ferrari Filho, da UFRGS, tem artigos publicados em obras acadêmicas internacionais na linha de pesquisa keynesiana, como The Euro and the MEU, de Philip Arestis, e A Post-Keynesian Perspective on Twenty-First Century Economic Problems, de Paul Davidson.

...e o professor Ferrari

Soa algo arcaico lembrar Lord Keynes hoje, mas Ferrari garante que não, citando o exemplo dos Estados Unidos. Quando o FED baixa os juros, diz, o objetivo é uma política monetária para incentivar investimento e consumo. Quando o presidente Bush anuncia um socorro às companhias aéreas e aumenta os gastos públicos visando a recuperação de Nova Iorque e de alguns setores abalados pela crise pós 11 de setembro, há uma política fiscal de cunho keynesiano em curso, garante.

C, de Socialista

O secretário de comunicação do PC do B, Clóvis Dias Silva, garante que a sigla não se auto-intitula “partido do socialismo” por prevenção contra o “comunista”. E explica: “O socialismo é uma etapa de transição ao comunismo (sociedade sem classes). Somos o único partido que possui um programa socialista. As outras fases são a construção plena do socialismo e a seguir a transição do socialismo ao comunismo”.

Primeira Prenda

A Primeira Prenda 89/90, Cláudia Trevisan, diz estar estarrecida com a informação da página sobre as acusações do Movimento Tradicionalista Gaúcho ao Conselho Estadual de Cultura, que considera o Concurso Estadual de Prendas como “programa de auditório”, lamentando que “pessoas que carregam o nome do Rio Grande pensem de tal forma”. Mas, se o MTG não ganha verbas do Estado, da União não pode se queixar. O Ministério da Cultura concedeu, dia 30 passado, R$ 229,4 mil para o Fórum Mundial da Tradição Gaúcha.

Bomba publicitária

Depois de um período sem notícias no mercado gaúcho das agências de propaganda, volta a esquentar uma união entre uma das maiorais do Estado e uma multinacional do ramo, peso-pesado com base nos Estados Unidos. Parecia que tinha esfriado, mas não. Talvez o negócio saia ainda neste final de semana.

Portuguesa, com certeza I

Em rápida visita a Porto Alegre, o vice-presidente executivo da TAP Air Portugal, o gaúcho Luiz da Gama Mór, detalhou o cenário das empresas aéreas européias em geral e da TAP em particular. Apesar do mau tempo mundial, a empresa fechou o terceiro trimestre com lucro de US$ 33 milhões, 410% superior ao mesmo período de 2000, sob o comando do também gaúcho Fernando Pinto, presidente da companhia. Mór conta que no período pós-atentados a empresa transportou 3,1% a mais que no mesmo período do ano passado.

Portuguesa, com certeza II

Sempre um grande papo, o cachoeirense Mór detalhou o pânico que se estabeleceu nas demais empresas aéreas européias. “O problema é que elas não sabem trabalhar em crise”, resumiu. Claro que o know-how dos executivos brasileiros conta e muito - aqui nunca se morrerá de monotonia, geralmente aparece um pepino atrás do outro. Acostumados a fazer um planejamento anual dividido em alta e baixa temporada, as européias se quebraram. Não é só na aviação que isso pode ser constatado, aliás. A TAP está em processo de privatização.

Ação Ford

A Ford e Distribuidores Ford de Porto Alegre - Copagra, Importadora Americana, Montreal e Ribeiro Jung - promovem ação de varejo inédita amanhã no Armazém A4 do cais. Trata-se do 1º Leilão Ford de Usados e Multimarcas, com mais de 150 carros para os quais o consumidor poderá pagar à vista, financiar ou colocar seu carro no negócio.

E os contadores?

Até há alguns anos, deputado que se prezasse não ia para uma CPI sem uma sólida retaguarda contábil formada por contadores e auditores. Isso quando não eram sumidades no assunto, como o falecido deputado Elygio Meneghetti (PMDB), que de balanço/contabilidade sabia tudo e mais um pouco - foi contador da Petrobrás.

Jantar dançante

O mau momento do PT motivou o que a militância petista mais detesta, o humor às custas da estrelinha. Em cima das desventuras do partido já apareceram na cidade decalcos com a estrela vermelha acrescida de um rabo. Na Internet, circula um convite para um Jantar Dançante no Clube da Cidadania. Detalhes: a orquestra será a Banda Podre, o regente Diógenes de Oliveira e o cardápio terá a Pizza Zoológica (com marmelada). No final do convite vem o aviso: É proibido dar carteiraço.

Miúdas

Encontro de Artes e Tradição Gaúcha - Enart 2001, promoção do MTG, vai de 9 a 11 em Santa Cruz do Sul.

Fundação Zoobotânica abre segunda às 17h exposição que do 46º aniversário do Museu de Ciências Naturais.

Empresária Carmem Ferrão fala hoje às 19h no Espaço Santander sobre emoção no empreendorismo.

Seminário Linux Alfamídia será dia 20, no Embaixador, com palestra de Marcos Mazoni, presidente da Procergs.

Paim Comunicação inaugura um espaço cultural de lazer no último andar da agência, na Padre Chagas, 79.

Comando Militar do Sul fará manobras de 16 a 30 em todas as unidades do Estado.

Presidente do Sinduscon, Pedro Tedesco Silber, está no Rio para reunião com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento.


Conexão Brasília - Adão Oliveira

A Linha 2 do Trensurb não será construída durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso. A afirmação é do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha. Padilha disse que, há dois anos, o governador Olívio Dutra enviou-lhe uma carta pedindo informações sobre a Linha 2 do metrô. Ela teria a extensão de 21 quilômetros, ligando a Azenha à Fiergs. Padilha, então, enviou uma série de documentos ao Piratini pedindo o engajamento do governo do Estado no projeto. Padilha chegou a indicar Pedro Bisch Netto, presidente do Trensurb, como seu interlocutor. A partir daí não aconteceu mais nada. O investimento previsto para a obra era de US$ 700 milhões.

FHC

Durou menos de uma hora o encontro de George Bush e Fernando Henrique, ontem na Casa Branca. A conversa, classificada por Fernando Henrique de "franca, informal e com sinceridade", parece ter sido constrangedora. Pelo menos é o se depreende do cancelamento da entrevista coletiva de ambos que seria realizada nos jardins da Casa Branca. FHC reproduziu a Bush as opiniões que manifestou na recente viagem à Europa.

Críticas

Fernando Henrique, na semana passada, em discurso na Assembléia Nacional Francesa, havia criticado posições unilaterais e indicado que elas contam com um grau similar de barbárie dos atentados terroristas. Nesse ponto do encontro, a conversa ficou franca demais. Quase hostil. Mas, foi tudo superado.

Estranho

Está acontecendo alguma coisa estranha na candidatura do senador Pedro Simon às prévias do partido. Tudo pode acontecer, inclusive nada. A candidatura Simon, que ainda não decolou, corre o risco de ser "sufocada" por ações do PMDB governista. Há conspiração no ar. Mesmo que não seja candidato às prévias de 20 de janeiro, Simon já terá cumprido a sua parte. Sem ele, o PMDB não teria candidatura própria.

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Não será Nizan Guanaes o novo secretário de Comunicação do governo federal, em substituição ao, agora embaixador, Andréa Matarazzo, o Conde. Nizan vai cuidar da imagem do candidato do governo à sucessão de Fernando Henrique. O gaúcho Luiz Macedo, escolhido para o cargo, amarelou. Alegou problemas de saúde. Mas, tudo indica que o motivo não foi bem esse. Um dia a história vai contar as verdadeiras razões de Macedo para não aceitar o cargo.

Lobby

Enquanto não for regulada a profissão, a atuação de lobistas no âmbito da Presidência da República não será admitida. O ministro- chefe da Casa Civil, Pedro Parente, assinou portaria vedando a participação de lobista em pedidos de audiências, pedidos de informação e tratamentos de qualquer assunto na Presidência da República. Só serão aceitas solicitações feitas diretamente pelo próprio interessado, ou seja, empresas ou associações de classe.

Vôos

Apesar do anúncio de algumas companhias aéreas de que vão cancelar vôos, não vai haver desabastecimento no setor. A afirmação é de Cláudio Considera, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda. Considera disse que não haverá risco de desabastecimento porque as empresas aéreas, que estão anunciando cancelamento de vôos, não têm o monopólio de linhas.


Editorial

Brasil deve sair fortalecido de Doha

Os atentados terroristas e a recessão econômica globalizada tornaram mais flexível a 4ª Reunião da Organização Mundial do Comércio, OMC, em Doha, capital do Catar. Estarão se enfrentando interesses comerciais conflitantes mas num momento que é idêntico para todos. Os mais poderosos, os Estados Unidos, passam pela maior taxa de desemprego, após 10 anos de crescimento do seu PIB, obrigados a baixar a taxa de juros para 2% ao ano, logo seguidos pela Europa. Antes, na Rodado do Uruguai, que se arrastou de 1986 a 1994, apenas os pobres gemiam e os ricos davam as cartas, geralmente utilizando a Organização Mundial do Comércio para defender seus interesses e impor condições.

No entanto, não devemos nos enganar, em princípio, além do ingresso da China e seu fabuloso mercado de 1,3 bilhão de pessoas, os que os ricos querem mesmo é o inverso, mais negócios e abertura de potenciais clientes. A Rodada do Uruguai avançou no que diz respeito ao ordenamento do comércio de produtos industriais e agrícolas, à regulação incipiente da troca de bens e criou uma instituição sólida para resolver as controvérsias comerciais entre os países. Surgiu a OMC, com sede em Genebra. Subsídios agrícolas, créditos às exportações dados pelos EUA, Japão e UE e medidas antidumpings são os quesitos que o Brasil coloca na mesa dos debates. Antes da Rodada do Uruguai, os países aplicavam diversos tipos de tarifas, cotas para importações, subsídios e medidas fitossanitárias, bloqueando o amplo acesso, por exemplo, de carnes, açúcar, café, soja, suco de laranja e produtos siderúrgicos do Brasil.

A confusão de interesses comerciais começa com os Estados Unidos, que também desejam a queda das barreiras aplicadas no agronegócio por parte da União Européia, aliando-se ao Brasil. Simultaneamente, a União Européia aplaude o Brasil de FHC, em Paris, quando este critica o protecionismo agrícola dos EUA! Ontem, em Washington, FHC e George Bush falaram protocolarmente por meia hora e a entrevista coletiva posterior, tradicional, foi cancelada. Rusgas? Atritos por conta do discurso de Fernando Henrique em Paris? Terrorismo na tríplice fronteira? Falta de ajuda dos EUA à Argentina? Reunião da OMC é guerra de empresas nos dois lados do Atlântico, mais o Japão.

O Brasil tem o trun fo de liderar o ainda cobiçado Mercosul, mesmo com a confusão argentina. Fomos retaliados pelos EUA até que criamos uma Lei de Propriedade Industrial para produtos farmacêuticos. Em sete anos, desde a criação da OMC, o Brasil envolveu-se em 21 pedidos de consultas formais ou comitês de arbitragens, os "Panels", 14 deles solicitação do Itamaraty. Em 13 que foram encerrados, vencemos em 11 disputas, nada mal. Agora, nossos negociadores colocam em discussão a redução das barreiras tarifárias e não-tarifárias, além da diminuição gradativa dos subsídios à agricultura no Primeiro Mundo e menos uso das medidas antidumpings. Também maior clareza nos créditos à exportação, motivo de briga entre o Brasil, com o Proex, e o Canadá.

Quebramos patentes de medicamentos contra a Aids, onde os EUA recuaram, pressionados pela opinião pública mundial, em prol de milhões de pessoas. O Brasil não quer vincular a defesa do meio ambiente como requisito para compras e vendas externas, onde a UE vem pressionando. Não é fácil, mas como nos descolamos da crise da Argentina e defendemos os interesses da América do Sul e de todos os grandes exportadores agrícolas, devemos ter um grande peso nas discussões. Finalmente, a atual crise provou que o Keynesianismo está mais presente do que nunca, há uma forte presença do estado na economia.


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11/09/2001


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