Pedro Simon: melhor homenagem a Jefferson Péres é seguir seus exemplos



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou, durante a sessão desta terça-feira (26) em memória do senador Jefferson Péres, falecido no ano passado, que a melhor homenagem que os parlamentares poderiam prestar a Péres é seguir os seus exemplos, a sua receita de um país mais digno, mais justo e mais ético. Simon disse que assim os políticos poderiam tornar os discursos do senador "letra morta para o tempo que virá", deixando obsoletos seus clamores pela moralidade pública, que ficariam como coisa do passado.

- Melhor seria se fosse o inverso, ele conosco e seu discurso ultrapassado - declarou.

Mas infelizmente, disse Simon, as palavras de ordem do parlamentar - que se dizia desiludido com a falta de ética na política, com a corrupção e com a barbárie humana - continuam atuais.

Pedro Simon também mencionou o vazio, o clima de "dia seguinte" no Senado após a morte de Jefferson Péres, clima que, segundo ele, se repete com a paralisia da Casa por causa de medidas provisórias, da interferência do Judiciário, e da legitimidade abaixo da crítica, reforçada pelos deslizes políticos e administrativos.

Para Simon, Jefferson Péres era mais uma referência viva que se foi, em tempos de perda de valores dos melhores exemplos, assim como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, "histórias ainda vivas".

- Eu acho que a melhor imagem que poderíamos reverenciar, nestes nossos dias, sem descartar a sabedoria inspirada no nosso Águia de Haia [Rui Barbosa], é a do também nosso querido Jefferson Péres - disse

Simon também fez histórico da atuação de Jefferson Péres, que sempre denunciou a impunidade e tinha como projeto político derrubar "o muro que divide e transforma semelhantes em concorrentes, um muro que divide irmãos em incluídos e excluídos". Citou passagens de seus últimos pronunciamentos, quando dizia que, no Brasil, "perdemos a noção de longo prazo, não temos um projeto de nação ou um projeto estratégico". E lembrou a desilusão de Péres com a política, a ponto de anunciar o fim de sua vida pública ao término de seu mandato, que iria até fevereiro de 2011.



26/05/2009

Agência Senado


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