Pedro Simon relembra Itamar Franco e primeiros momentos do Plano Real



Em pronunciamento nesta quinta-feira (5), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) registrou a passagem de um ano do falecimento do ex-presidente da Republica e senador Itamar Franco (1930-2011), ao mesmo tempo em que se comemoram os 18 anos de implantação do Plano Real, nascido no governo do então presidente (1992-1994).

Simon disse que o Plano Real levou o país a um rumo até então desconhecido de serenidade, continuidade e respeitabilidade por parte da sociedade. Isto apesar de Itamar ter exercido a presidência num dos períodos reconhecidamente mais difíceis da história brasileira, com descontrole da inflação. Itamar, então vice-presidente, assumiu o governo com a destituição do então presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL).

Líder no Senado no governo Itamar, Simon disse que o objetivo do Plano Real foi cumprido plenamente e que suas conquistas pertencem à história. A inflação crônica nunca mais se verificou, e a economia, desde Itamar, permanece estabilizada, uma façanha que muitos governos anteriores tentaram, mas sem êxito ou com êxitos eventuais que se perderam em muito pouco tempo, afirmou.

Simon registrou ainda que Itamar recebeu a economia e a política desarrumadas, e que partidos de oposição, como o PT, que tinham perdido eleição antes, se colocavam em linha eleitoreira e não podiam admitir que o projeto de um presidente intermediário pudesse trazer o plano que eles desejavam para si.

Nesse cenário, continuou Simon, Itamar teve coragem de bancar a mudança na política econômica, que demandou tempo, coragem política, firmeza e o estabelecimento, de maneira fantástica, de um diálogo de respeito mútuo entre o Executivo e o Congresso Nacional.

- Foi preciso cortar gastos públicos, recuperar receitas com o combate à sonegação, praticar austeridade nas despesas, promover ajustes nos bancos estaduais, redefinir funções de bancos federais e a privatização – afirmou.

Simon lembrou ainda que a criação da Unidade Real de Valor (URV) foi uma espécie de ponte para o Real, e que o êxito completo da nova moeda fez com que Fernando Henrique Cardoso fosse escolhido por Itamar como candidato do governo à sucessão presidencial, sendo o Ministério da Fazenda ocupado por Rubens Ricúpero.

Quando chegou ao Congresso, o Plano Real enfrentou oposição ferrenha do PT, “ainda distante do pragmatismo demonstrado quando chegou ao poder”, lembrou Simon.

- Não deu trégua, denunciou o plano como eleitoreiro e votou contra. A sociedade, contudo, já sentia os efeitos imediatos da nova medida e apoiou maciçamente a estabilidade decorrente do Plano Real.

Em maio de 1993, quando começou a primeira etapa do Real, a inflação dos preços acumulada em doze meses já estava em 1.348%. Em junho de 94, um ano depois e com nova moeda em vigor, a inflação foi de 3%, registrou Simon.

- Aprovamos a nova política econômica sem negociar cargos. O Congresso votou com consciência e liberdade. Em nenhum momento votou sob coação, não houve troca-troca, não houve absolutamente nada. Assim foi votado o Plano Real – afirmou.



05/07/2012

Agência Senado


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