Pedro Taques pede transparência na execução das obras para a Copa em Cuiabá




O senador Pedro Taques (PDT-MT) manifestou preocupação, em discurso nesta quinta-feira (23), com a transparência na execução das obras da Copa do Mundo de 2014 e lamentou a falta de planejamento, o que poderá impedir a conclusão de intervenções, como as de mobilidade urbana, a tempo da realização do evento.

Ele citou o caso de Cuiabá, uma das 12 sedes do campeonato escolhida em maio de 2009, e que somente agora, em fevereiro, lançou o edital para a implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT), em vez do ônibus de trânsito rápido (BRT). Taques relembrou denúncias publicadas pela imprensa em 2011, afirmando que os pareceres técnicos que sugeriam a instalação do BRT foram ignorados em prol do "trem bilionário em Cuiabá", e revelando o que, em sua opinião, todos no estado já sabiam: discussões políticas vencendo as discussões técnicas, valendo-se até mesmo de documentos fraudados para respaldar a mudança.

Pedro Taques afirmou ter pedido informações sobre as denúncias ao então ministro das Cidades, Mário Negromonte, mas até hoje não obteve respostas. O parlamentar também deseja saber se, de fato, o VLT é o melhor para o Mato Grosso ou se a escolha para sua implantação foi apenas política.

O senador repetiu, na tribuna do Senado, os questionamentos feitos ao governo do estado do Mato Grosso, querendo saber qual será o montante dos investimentos por quilômetro quadrado para ligar Várzea Grande e Cuiabá; em quanto tempo o VLT será implantado, já que existe um rio entre as duas cidades e uma ponte será necessária; qual o cronograma até a entrega das obras; qual o custo operacional por passageiro; quanto será pago pela passagem, entre outras dúvidas.

- Espero que as respostas possam ser suficientes para afastar qualquer dúvida que ainda atormente o cidadão mato-grossense e mais especificamente o cidadão do Vale do Cuiabá. Muitos estão temerosos em relação, por exemplo, às desapropriações, interdições, indenizações. Enfim, não sabemos quase nada a respeito de uma obra que se mostra grandiosa para a dimensão da capital do estado de Mato Grosso e cidades ao seu derredor - disse.

O parlamentar refutou ainda a acusação de estar promovendo uma campanha difamatória contra "quem manuseia a máquina". Segundo disse, ele apenas está cobrando transparência na utilização do dinheiro público.



23/02/2012

Agência Senado


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