Penitenciária de Serra Azul realiza exames oftalmológicos



Equipe de especialistas atende reeducandos e funcionários quinzenalmente

Reeducandos e funcionários da Penitenciária I de Serra Azul são submetidos gratuitamente a exames oftalmológicos e de optometria (acuidade visual), por meio de uma parceria com o Centro Educacional Filadélfia de Ribeirão Preto. Os presos recebem atendimento quinzenalmente na própria unidade, às quintas e sextas-feiras, das 8h às 17h e os servidores são atendidos no Centro Educacional, em Ribeirão Preto, inclusive nos finais de semana. O objetivo é diagnosticar possíveis problemas visuais e, conseqüentemente, tratá-los com a indicação de óculos ou colírios específicos. Quando detectado qualquer tipo de distúrbio, o próprio Centro Educacional, através de sua escola de ótica, providencia a receita e fabricação dos óculos.

Os exames são realizados por optometristas e profissionais da Escola de Ótica e Ensino Técnico do Centro Educacional, habilitados para examinar e avaliar o sentido da visão, identificar e compensar alterações visuais e de origem não patológica; para isso foram preparadas três salas do pavilhão escolar na penitenciária, onde são instalados os equipamentos (tabela simples, tabela de luz, retinoscópio e greens).

Quando detectada a necessidade de utilização de lentes corretivas, a escola disponibiliza gratuitamente as armações e colírios. As lentes corretivas podem ser adquiridas pelo sentenciado a preço de fábrica – nesse caso é utilizada sua “conta pecúlio” (uma espécie de depósito que é feito em nome do reeducando, como pagamento de serviços desenvolvidos na prisão) ou recursos da família. Até o início do mês de agosto foram atendidos 292 sentenciados, dos quais 52 necessitam usar óculos e seis funcionários, sendo que três precisam trocar as lentes.

Em nenhum dos exames foi constatada a necessidade de cirurgia, porém, em casos específicos e mais complexos, são realizados encaminhamentos de urgência e o paciente é agendado para atendimento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Há cerca de dois anos, a diretoria da penitenciária recebeu informações da Secretaria Municipal da Educação de Ribeirão Preto – Programa EJA (Ensino de Jovens e Adultos) – que a escola de ótica realizava exames em alunos da rede pública, com o intuito de detectar problemas visuais, para tratá-los antes que causasse desistência do banco escolar. A unidade prisional fez contato com o Coordenador da escola, que apresentou o trabalho e se propôs a realizá-lo. “Observamos a necessidade de intervir no sentido de tratar e prevenir doenças visuais, uma vez que, para encaminhar um paciente ao serviço de saúde local, na especialidade de oftalmologia, a espera dura cerca de quatro meses”, explica o Diretor Técnico de Departamento, Reginaldo Neves de Araújo.

Para Araújo, o investimento em prevenção melhora as condições de saúde visual do sentenciado e facilita seu empenho nos estudos, além de diminuir a grande procura por consultas médicas e a conseqüente redução de queixas e dores relacionadas à deficiência visual dos presos, o que reduz as saídas de veículos para conduzi-los ao serviço de saúde pública. “Isso contribui com a segurança e gera economia de recursos materiais e humanos”, justifica. “No caso dos funcionários os exames funcionam como forma de atenção, respeito e possibilidade de escolha e economia”.

“Um dos objetivos da escola é promover a transformação social”, afirma a Coordenadora Pedagógica do Centro Educacional Filadélfia, Andréa Vittori. “A importância do trabalho é proporcionar saúde visual para a população, esteja ela livre ou privada de liberdade e lhe oferecer melhores condições de vida. O estágio realizado pelos alunos acaba tendo finalidade social”, conclui. A expectativa da diretoria é que todos os interessados sejam atendidos até o final do mês de setembro.

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária

(R.A.)



08/22/2007


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