Perillo apoia movimento pelo fim da hanseníase no Brasil



O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) foi até o gramado em frente ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (13) dar seu apoio ao Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que realizava manifestação visando chamar a atenção do governo, de parlamentares e da sociedade para a necessidade de erradicação da doença. O Brasil figura em primeiro lugar no ranking de países que registram a ocorrência da doença, seguido pelo Nepal e Timor Leste.

- Essa é uma iniciativa inteligente, que busca acabar com o preconceito. É lamentável a ocorrência de jovens com uma doença que já deveria ter sido erradicada há décadas - lamentou o parlamentar.

Segundo Perillo, o movimento não pode "culpar os parlamentares" pela incompetência do poder público. O senador disse, no entanto, que a manifestação não irá "ficar no vazio", pois será mais um incentivo na busca de mecanismos e ações para diminuir os casos da doença no país.

O artista plástico goiano Siron Franco contribuiu com a confecção de um painel medindo 30 metros por 30 metros, estendido sobre o gramado do Congresso, no qual está representado o mapa da hanseníase no Brasil, nos últimos cinco anos. As regiões mais atingidas pela doença são Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e os estados mais afetados são Maranhão, Piauí, Pará, Tocantins, Mato Grosso e Goiás.

- Quando recebi o convite para participar da maniestação, não sabia da existência da doença no Brasil. Assustei-me com o número de casos - disse Siron Franco.

Na avaliação do artista, a imprensa exerce um papel fundamental na divulgação de informações sobre a doença e sobre o preconceito existente - ainda muito grande, conforme observou. Siron Franco informou que, com tratamento adequado, é possível a cura entre seis meses e um ano. Frisou ainda que, após 15 dias de uso do medicamento, a doença deixa de ser contagiosa.

Artur Corrêa, representante do Morhan, disse que a hanseníase no Brasil vem sendo negligenciada e, caso viesse a receber a mesma atenção dada à dengue e à gripe suína, em cinco anos poderia ser erradicada do país.

- Dos 40 mil casos que surgem por ano, 80% se encontram em municípios de menor renda - alertou Corrêa. Ele defendeu maior atenção às localidades mais pobres e maior ênfase na disseminação de informações sobre a doença junto à população de menor renda, o que ajudaria a reduzir a incidência da hanseníase, disse

Crianças e jovens

A coordenadora de controle da hanseníase no Ministério da Saúde (MS), Maria Aparecida de Faria Grossi, presente à manifestação, afirmou que, em 2007, o governo incluiu no Programa Mais Saúde a meta de redução em 10%, entre 2008 e 2013, da hanseníase entre jovens de até 15 anos, meta também adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

- Falta conhecimento da população, nos municípios. É preciso que nossos representantes, senadores e deputados, se empenhem em seus estados de origem para divulgar informações sobre a doença - pediu.

Maria Aparecida Grossi assinalou que, embora tenha havido redução no número de crianças atingidas, elas não poderiam ainda estar sendo contaminadas. "Se há uma criança contaminada, isso aconteceu há pouco tempo, há um adulto próximo que a contaminou", disse. Esse é o ciclo que se quer interromper, explicou a coordenadora.



13/05/2009

Agência Senado


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