Peritos da Unicamp examinam painel eletrônico do Senado



Quatro peritos da Universidade de Campinas (Unicamp) começaram, na última quinta-feira (dia 1º), o trabalho de avaliação do sistema de votação eletrônica do Senado Federal. Os professores doutores Mário Jino, Álvaro P. Crósta, Marco Aurélio Amaral Henriques e José Raimundo de Oliveira estão examinando se existe a possibilidade de o painel de votação ser violado ou fraudado. Eles foram contratados por decisão do presidente da Casa, senador Jader Barbalho.

Jader também determinou o lacre do painel de votação e a criação de duas comissões de inquérito - uma para investigar se houve quebra de decoro por parte do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que declarou conhecer os votos dos senadores no processo de cassação do senador Luiz Estevão, e outra para apurar se houve vazamento de informações sigilosas à imprensa, relativas a Luiz Estevão, por iniciativa do então diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, Fernando César Mesquita.

O resultado da sindicância sobre a vulnerabilidade ou não do sistema de votação eletrônico, que não tem prazo definido para ser entregue, será analisado pela comissão de inquérito integrada por Dirceu Teixeira de Matos, Wilson Roberto Theodoro e Rubem Martins Amorese, consultores legislativos do Senado. Segundo informou Dirceu Matos, presidente da comissão, o grupo terá que aguardar o relatório dos peritos para tomar as providências necessárias.

Ele também informou que os peritos participaram, na quinta-feira, de uma reunião com a diretoria e técnicos do Prodasen, os integrantes da comissão de inquérito e os representantes das empresas Kopp, fabricante do sistema de votação eletrônica do Senado, e Panavídeo, responsável pela manutenção do sistema. Os representantes das empresas fizeram um apresentação técnica resumida do sistema de votação e devem receber, brevemente, uma lista dos documentos que os peritos da Unicamp vão precisar para fazer a análise do equipamento.

Os peritos também visitaram a sala de controle do sistema eletrônico de votação, que foi deslacrada para a execução de um levantamento preliminar e conhecimento das instalações físicas do painel, fotografado pelos técnicos.

Dirceu comunicou ainda que uma pasta de documentos contendo os ofícios de autorização para a entrada dos técnicos no plenário, com vistas à manutenção do sistema, já está em poder da comissão. Depois de visitar o plenário, os técnicos voltaram a lacrar a sala de controle do painel, sendo que, conforme salientou o consultor, em nenhum momento o sistema de controle de votações chegou a ser ligado.

02/03/2001

Agência Senado


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