Pesquisa apresenta novo retrato do desenvolvimento do Estado
Uma pesquisa inédita sobre o desenvolvimento regional do Rio Grande do Sul concluiu que o desemprego é a maior preocupação dos gaúchos. A questão foi apontada por 48% dos entrevistados no Estado e a ação mais importante para reduzir essa dificuldade é a atração de novas empresas para a região. O segundo ponto destacado varia entre as regiões, destacando-se a segurança pública, na Metropolitana, a saúde no Nordeste e no Sul, e as estradas, no Norte. Quanto às soluções desses problemas, a maioria dos entrevistados (49,7%) acredita que os governos municipais devem ter maior influência sobre o desenvolvimento da sua região.
A pesquisa Desenvolvimento Regional, Cultura Política e Capital Social, ajuda a desmistificar a antiga idéia simplista de que o Rio Grande do Sul é dividido em duas metades: uma pobre, outra, rica. O trabalho, realizado pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Ufrgs, será comentado e apresentado integralmente pelo professor Pedro Bandeira, coordenador do estudo, durante a audiência final do Fórum das Desigualdades Regionais, que acontece na próxima amanhã (19/03), às 17h, no Plenarinho.
O estudo foi desenvolvido paralelamente às audiências do Fórum Democrático sobre as desigualdades regionais, promovido pela Assembléia Legislativa. O trabalho complementa as informações do relatório final da Subcomissão das Desigualdades Regionais, elaborado pelo deputado João Luiz Vargas (PDT).
Em uma semana, foram entrevistadas 1.473 pessoas, que responderam 74 perguntas do questionário elaborado pela Universidade e aplicado por uma equipe de 48 entrevistadores, em sua maioria, alunos dos cursos de graduação e pós-graduação da Ufrgs. A amostra foi apurada através de um levantamento aleatório estratificado por cotas de gênero, idade e renda. Entre as perguntas, estavam relacionadas questões que envolvem as desigualdades regionais, as percepções sobre a situação das regiões e as possíveis soluções para esses problemas, a identificação com as regiões, a participação e atividade política, os valores e a concepção de justiça e o capital social.
Um dos resultados do levantamento sugere uma nova divisão macro-regional do Rio Grande do Sul para fins de pesquisas sócio-econômicas. Atualmente, o Estado é estudado em três macro-regiões: a Norte, a Sul e a Nordeste. Conforme o estudo, o Nordeste deveria ser composto por duas parcelas: a Nordeste 1, onde se situa a Região Metropolitana e a Nordeste 2, que engloba os municípios do eixo Serra-Litoral. Por isso, nessa pesquisa, os municípios foram subdivididos em quatro regiões: Nordeste 1, Nordeste 2, Norte e Sul.
03/18/2002
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