Pesquisa detecta nível mínimo de conservantes em sucos



A análise é da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP

Uma forma mais eficaz e rápida para analisar a quantidade de conservantes (sulfitos) em sucos de frutas foi desenvolvida por pesquisadores do Laboratório de Análise de Alimentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP). A análise por injeção em fluxo, conhecida como FIA (sigla em inglês da expressão flow injection analysis), consiste em selecionar uma amostra de determinado produto e colocá-la em contato com uma solução ácida. Esse processo faz com que a substância em estudo libere um gás, o dióxido de enxofre (SO2), que é separado e dissolvido em água. Desta forma, são formados íons, responsáveis pela concentração do produto.

Os sulfitos são aditivos alimentares utilizados como conservantes em diversos alimentos, como frutas, frutas secas, sucos de frutas, vinhos, licores, hortaliças desidratadas, legumes frescos, salsichas, peixes e lingüiças. Aditivo alimentar é todo ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos com o objetivo de modificar suas características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais.

Riscos à saúde – De acordo com o professor Welliton Donizeti Popolim, nutricionista do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da FCF, a técnica adotada é extremamente rápida. “O método possibilita a detecção do conteúdo de SO2 em aproximadamente um minuto. É bastante sensível, permitindo a detecção de níveis a 0,1 ppm (medida-padrão de concentração de sulfito). O método convencional (Monier-Williams) é mais demorado e possibilita detectar níveis de sulfitos em alimentos acima de 10 ppm”.

O consumo excessivo de alimentos contendo sulfito pode acarretar problemas à saúde de indivíduos sensíveis a esse tipo de conservante. Há risco de aparecimento de males como a asma brônquica e a irritação gástrica.

Popolim afirma que são raros, no Brasil, os estudos sobre a utilização desses aditivos pelas indústrias de alimentos. Essa pesquisa faz parte da sua tese de doutorado, realizada sob a orientação da professora-doutora Marilene De Vuono Penteado. A técnica aplicada foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Química da USP e adaptada às amostras estudadas.

Avaliação em duas escolas

Os pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (FCF-USP) aplicaram a nova metodologia no estudo de consumo de alimentos contendo sulfito por alunos de ensino médio da cidade de São Paulo. A pesquisa, realizada com 176 estudantes de duas escolas, pública e particular, mostrou que 43,8% deles consomem fontes alimentares que contêm sulfitos. As principais fontes são os sucos industrializados e similares, consumidos por 35,8% dos alunos. Novos grupos de alunos estão sendo estudados visando à estimativa do consumo médio diário de sulfitos, e verificação se estão de acordo com a ingestão máxima permitida para esse aditivo. O resultado das análises dos teores de sulfitos dos principais produtos ingeridos permitirá um controle sobre os teores máximos permitidos nos produtos comercializados.

Da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)



06/18/2008


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