Pesquisa indica que Collor será senador



Pesquisa indica que Collor será senador Ex-presidente prepara volta à política e tem 55% das intenções de voto para uma cadeira no Senado. Fernando Collor prepara sua volta à política. E quer justamente uma cadeira no Senado, instituição que o depôs do cargo de presidente da República em 29 de dezembro de 1992 e cassou seus direitos políticos por oito anos. Pesquisas que circulam nos partidos, em Alagoas, indicam que Collor é o favorito na disputa. Se eleito, vai ocupar uma das 54 vagas da renovação de dois terços do Senado. Hoje, Collor teria 55% dos votos, de acordo com números em poder do senador Renan Calheiros (PMDB), que não decidiu se disputará o governo ou a reeleição. Para tomar a decisão sobre seu destino político, Renan terá antes de conversar com Collor. Porque, mesmo que não feche nenhum acordo, interessa ao candidato a garantia de neutralidade das Organizações Arnon de Mello, dona das principais emissoras de rádio e de televisão, do maior jornal e de um instituto de pesquisas muito requisitado. Uma das razões da força da Collor em Alagoas está, justamente, na consolidação de uma imagem que ele não transmitiu para o restante do País: a de que foi injustiçado pelo Congresso e pela elite econômica, que não suportou ver no Poder Executivo um político jovem, nordestino e que abriu a economia. Em resumo, em Alagoas o ex-presidente é tido como vítima. "A mentira repetida acaba pegando", lamenta o governador Ronaldo Lessa, do PSB, um de seus opositores no Estado. No meio político alagoano a entrada de Fernando Collor na disputa eleitoral é acompanhada com expectativa por todos os partidos. Como o impeachment de Collor não assusta os eleitores alagoanos, são poucos os que descartam a possibilidade de uma eventual aliança com o ex-presidente. Entre as exceções, estão o governador Ronaldo Lessa e a senadora Heloísa Helena, do PT, ambos candidatos ao governo. Lessa, à reeleição; Heloísa, em plena campanha. Mas o vice-governador Geraldo Sampaio, do PDT, que também quer disputar o governo, admite procurar Collor. "Dou-me bem com ele", afirma o vice. "É retrocesso", diz Lessa O governador Ronaldo Lessa afirma que Alagoas não pode retroceder politicamente. "Collor é o próprio retrocesso". E propõe uma aliança com a senadora Heloísa Helena, desde que ela não dispute o governo. A senadora, no entanto, não confia no que diz o governador. "Vamos trabalhar para que Collor não seja eleito. Como conheço meu Estado, sei que seremos nós, do PT, sozinhos". "Collor é candidato forte e terá papel importante na eleição", diz o senador Teotônio Vilela Filho, do PSDB. "É remota a possibilidade de aliar-me a Collor, mas não quero estar fechando portas", afirma o senador. No embolado quadro pré-eleitoral para a disputa ao Senado, Teotônio é o que, segundo as pesquisas, está em pior situação. A esperança dele é fazer com que Renan Calheiros dispute o governo numa coligação com o PSDB, para lhe deixar a segunda vaga do Senado. Collor é filiado ao nanico PRTB, que só conseguiu mesmo ficar forte num único estado: Alagoas, onde chegou a ter seis deputados estaduais. Mas, de abril para cá, houve uma debandada dos seus parlamentares para o PTB. Entre eles está o presidente da Assembléia Legislativa, Antonio Albuquerque, que poderá ser candidato a governador com o apoio de Collor. Atualmente, o PTB tem a maior bancada na Assembléia Legislativa: 12 de 27. Além da possibilidade da volta de Collor ao Congresso, as eleições de 2002 em Alagoas devem marcar também a entrada na política de Arnon Affonso de Mello Neto, de 25 anos, filho mais velho do ex-presidente. Ele é candidato a deputado federal. Como o pai, é filiado ao PRTB. Diz que o mais importante é a eleição de Fernando Collor e não a sua. Collor não quer falar. O filho, porém, diz que a volta do pai à Presidência da República é o principal objetivo da família. "Se não for em 2006, será em 2010, em 2014 ou em 2018, porque ele é novo e não tem pressa", diz Arnon Affonso. Governo pode retomar o dinheiro de Maluf Se quiser, o governo brasileiro poderá repatriar os ativos retidos na Ilha de Jersey atribuídos ao ex-prefeito Paulo Maluf e a seus familiares pelo Ministério Público Estadual. O advogado Philip Sinel, especialista em direito internacional que atua nas Ilhas do Canal, na Grã-Bretanha, disse que basta ao Itamaraty entar com uma ação civil no paraíso fiscal e requerer o dinheiro, já que Maluf nega ser titular ou beneficiário das contas. O mesmo tipo de ação já foi usado para incorporar ao patrimônio da União um apartamento do juiz Nicolau dos Santos Neto, de US$ 1,1 milhão, comprado em Miami. Em Jersey, Sinel já atuou em casos semelhantes e garante que a ilha "não é uma jurisdição que aprecia o uso impróprio de suas dependências" - referência à suspeita de que os ativos depositados teriam sido desviados de obras no Brasil. "Resumindo: se o governo brasileiro quiser obter o dinheiro de volta, precisa impetrar uma ação civil em Jersey." Segundo o advogado, não seria necessário recolher eventuais provas de crime contra o ex-prefeito no Brasil nem encaminhá-las ao governo da ilha. "É preciso apenas comprovar que ele (Maluf) não tem direito ao dinheiro em questão e alguém mostrar que tem." Em depoimentos e entrevistas, o ex-prefeito já reiterou que não assume - nem seus parentes - a titularidade de nenhuma conta em Jersey. Sinel esclarece, ainda, que a única autoridade que poderia ampliar investigações sobre o caso no paraíso fiscal, o procurador-geral William James Bailhache, terá pouca autonomia para colaborar com os brasileiros. "O procurador-geral não tem o poder de intervir na área civil e, em relação à área criminal, não há nenhum acordo da ilha com o Brasil. Por isso, sua eventual assistência para coletar evidências é limitada", justifica. "Além disso, ele não tem poder, nem a mando do governo brasileiro, para bloquear os ativos ou repatriá-los ao Brasil." IMÓVEL Para incorporar ao patrimônio da União o apartamento que Nicolau mantinha em Miami - após apuração de desvios cometidos nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo -, o governo brasileiro teve de contratar um escritório na Flórida. A contratação foi providenciada pela Advocacia-Geral da União. O escritório moveu ação civil perante a Corte de Miami. Aeroporto endurece a fiscalização O ataque terrorista nos Estados Unidos mudou a rotina do aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, de Brasília. A fiscalização do aeroporto está mais atenta sobre os passageiros . As companhias aéreas, por seu lado, estão retendo objetos como tesouras, alicates de unha, canivetes e, antes de atravessar o portão de embarque, os passageiros têm que a apresentar Carteira de Identidade, medida que, até então, não era usual. Os passageiros aprovam as medidas de segurança. "No Brasil, não há problemas com o terrorismo, mas é preciso ter um controle maior nos aeroportos", concorda o advogado Guilherme Azevedo. Nos guichês das companhias aéreas, a preocupação maior é com as bagagens de mão. Para evitar transtornos na hora do embarque, os passageiros são indagados se estão levando algum instrumentocortante. Caso estejam, a ordem é reter estes objetos. Diariamente, são recolhidos dezenas de objetos dos passageiros, alguns curiosos, como martelo. As companhias recolhem peças mais perigosas, como revólveres. Nesse caso específico, se a pessoa tiver porte de arma, tem que se dirigir à Polícia Federal e, mesmo com autorização, precisa guardar a arma na mala, levada no porão da aeronave. A bordo, nenhum instrumento que ofereça risco pode ser levado. Se o passageiro insistir, pode ser flagrado pelo equipamento que detecta metais. "Isto oferece transtorno, pois a pessoa terá que voltar ao guichê e pode até perder o vôo", alerta Nilmar Nogueira Rabanaque, supervisor da Gol. Segundo ele, logo depois do ataque terrorista aos Estados Unidos, a ordem às companhias, dada pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), era de reter até baterias de celulares. Teve muita autoridade chiando. Coincidência ou não, dois dias depois a medida foi revogada. A proibição de embarque com objetos cortantes sempre existiu, mas, com o terror sobre os EUA, a fiscalização ficou mais atenta. Pelo menos em São Paulo, a rotina dos aeroportos não foi alterada, segundo a arquiteta Imaculada Ruiz, 45 anos. "Tudo normal. Ninguém fez nenhum questionamento", revela ela. Imaculada, porém, acha que é preciso mesmo o rigor. "A gente fica mais tranqüila assim", diz. Artigos Nossa guerra Paulo Pestana Estamos em guerra. O ambiente, no entanto, não é a paisagem desolada do Afeganistão, com suas montanhas a proteger seus soldados como trincheiras naturais de um povo que, ao contrário do que se divulgava no ocidente, não quer morrer. A guerra nossa de cada dia acontece em nossas esquinas e, ao contrário da luta talibã, não é movida por ódio, mas por desesperança. O volume de dinheiro que deveria estar servindo à população mas que vai parar nas contas de políticos e seus apadrinhados sobe a cada dia. É tanto dinheiro que ninguém conseguiu parar para fazer as contas da corrupção no país. Nem mesmo num tempo de economia mais estável. Há sete anos a inflação era o grande mal brasileiro, a responsável por todas as desgraças nacionais, o dragão que consumia todas as economias do povo brasileiro, enquanto uma pequeníssima parcela ficava cada vez mais rica. O mal maior da inflação foi, no entanto, esconder as falcatruas de homens públicos, que hoje estão expostas à luz do dia. Hoje a população começa a perceber que foi enganada e que bilhões de dinheiros (cruzeiros, cruzados, reais) foram desviados de realizações que deveriam beneficiar a sociedade, mas que serviram a poucos. O presidente Fernando Henrique Cardoso acredita que está fazendo uma revolução social no Brasil. É mais uma boa frase, que não rima com a realidade. O Brasil não tem melhorado e, pior, não tem sido preparado para o futuro. O preço tem sido alto e, seguindo a toada, vai ficar ainda mais caro no futuro, quando o Brasil correrá o risco de acabar como nação. O mergulho de cabeça na globalização seguindo regras importadas mostra o perigo do famoso salto tio patinhas, que tantas vítimas faz nas cachoeiras. Não vimos o que estava no fundo. Se o nacionalismo exacerbado é anacrônico e risível a abertura sem limites para o capital estrangeiro é tenebrosa. Ou não se pensou no refluxo de capitais? As empresas que aqui investem vão, mais tarde, tirar. E a poupança interna fica cada vez mais frágil. A guerra brasileira não tem armas de fogo mas mata milhares de pessoas todos os anos e transforma um povo até então exaltada pela índole pacífica. O desafio brasileiro é preparar o país para o futuro sem esquecer que o povo precisa encontrar uma maneira de ir vivendo enquanto a era do leite e mel não chegar. O terror para o povo brasileiro não vem em forma de aviões que podem explodir o prédio do Congresso Nacional, com alguns desocupados imaginam. O terror está do nosso lado, na injustiça que toma conta da população cada vez mais vulnerável aos ataques. Bin Laden aqui são muitos. Colunistas Claudio Humberto Tebet enrolado na Receita O novo presidente do Senado, Ramez Tebet, também está enrolado na juba do Leão. Quando seu CPF 002.548.191-68 é inserido para consulta nos computadores da Receita, como verificou esta coluna, aparece uma mensagem típica de quem foi apanhado: "as informações disponíveis sobre o contribuinte não são suficientes para que se considere sua situação regular, sem que o mesmo compareça a uma unidade da Secretaria da Receita Federal, para esclarecimento de pendência". Lerner no PT O governador Jaime Lerner resolveu mostrar que não está politicamente morto. Irritado com a ingerência do Planalto (que quer o prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, candidato tucano ao governo do Paraná), Lerner procurou o PT, esta semana, para conversar sobre eleição presidencial. O papo com o deputado José Genoíno foi demorado. Made in USA Ironia das ironias. Um dos irmãos de Osama bin Laden teria uma agência de viagens em Orlando, na Flórida. Daquelas que leva a criançada para ver o Mickey e o Pato Donald, na Disneylândia. Estádio vazio Pesquisa do Vox Populi em todo o País mostra um dado definitivo: se os brasileiros pensam mal dos cartolas, pior é o que pensam dos políticos. Segundo o levantamento, apenas dois em cada dez brasileiros acham que a CPI da Nike, na Câmara, foi útil ao nosso futebol. E metade (56%) dos entrevistados sequer tomou conhecimento da existência da CPI. Ciúmes de mãe Depois de perder o marido, a ex-Patrícia de Ciro Gomes anda amuada com a forte ligação entre sua filha Lívia com a rival Patrícia Pillar. As duas se aproximaram muito e são vistas com freqüência. Modelo, Lívia sonha virar atriz da Globo, exatamente como a namorada do pai. Trem bão Está apitando um trenzinho da alegria patrocinado pelos deputados mineiros, aqueles que ganham R$ 60 mil mensais. Aprovaram a criação de 204 novos cargos no Tribunal de Justiça de Minas, 134 entrarão sem concurso. Serão mais de R$ 9 milhões para "estrutura de apoio". Com 96 novos assessores judiciários, hoje cada desembargador tem 44. Chaves de cadeia Há denúncias consistentes de chantagem e extorsão contra empreiteiros, na CPI das Obras Inacabadas, a sua extinção alivia os partidos aliados do Planalto: o PFL e o inacabado aeroporto de Salvador, o PMDB de Michel Temer (e suas Docas de Santos) e as superfaturadíssimas obras do Rodoanel, que financiam o PSDB paulista. Todas chaves de cadeia. A firma Quem quiser fazer negócios com o grupo Binladin, na Arábia Saudita, basta telefonar para 966-2-664 3033. Eles vendem de tudo, de adesivos a construção de hotéis e comunicação por satélite. Participaram do projeto Iridum, de telefonia celular, que micou. Pensando bem... ...você compraria um míssil usado de Osama bin Laden? O dono do pedaço É de um americano o site osamabinladen.org, criado, segundo ele, para informações sobre o terrorista. O dedicado internauta diz que comprou o registro do Jihad, evitando que caísse em mãos de fanáticos seguidores e virasse um fã-clube do babalaô islâmico. Criou um fundo de ajuda às vítimas e aproveitou para inserir publicidade, que ninguém é de ferro. Feliz aniversário Mais um pouco de interesse e o ministro José Serra mandou apurar por que há um ano dorme nas gavetas do seu Ministério da Saúde o resultado da Licitação Internacional nº 5/2000, para a compra de equipamentos de informática do SUS. E principalmente por que uma empresa desqualificada voltou a fazer parte da licitação. Em nome de Alá Alguns jornais árabes estranharam o fato de não haver um só nome nativo na lista de passageiros e tripulantes mortos nos aviões da American Airlines e United Airlines, seqüestrados pelos terroristas. O FBI identificou 18 suspeitos, todos de origem árabe, mas a lista das empresas não bate. Ou tiraram ou os terroristas usaram nomes falsos. É fogo! Os tempos andam mesmo quentes. Sexta, a Presidência da República pagou R$ 18.696,00 por 38 macacões novinhos em folha, para a sua Brigada Contra Incêndio, segundo comprovante em poder da coluna. How do you do Bush? O locutor da CNN comparou o discurso de George W. Bush no Congresso ao de Winston Churchill durante a Segunda Guerra. A diferença é que Churchill falava inglês. Jerico virtual Brincadeira estúpida na internet usa o nome do menino René Carlos Piacentini, que estaria com uma doença rara nos pulmões e precisando de ajuda. A mensagem fornece até o nome do médico da criança em São Paulo, que nunca ouviu falar no garoto. O dono do telefone, que seria dos pais de René, não sabe quem inventou a idiotice. Poder sem pudor Sem queixas Quando foi prefeito de Palmeira dos Índios (AL), o escritor Graciliano Ramos escreveu relatórios notáveis, que o revelaram para a Literatura. Num desses documentos ao governador Costa Rego, ele lamentou investir muito pouco no cemitério da cidade. Mas ponderou, irônico: – Ali residem os únicos munícipes que não reclamam. Editorial Gente e floresta A ação contra a expansão do Paranoá tem muito mais de política do que de preocupações com o meio ambiente Aexpansão da cidade do Paranoá foi decidida ainda no governo passado, quando uma ampla área foi reservada para receber novas casas. O atual governo reduziu a área para diminuir o impacto ambiental. Ainda assim, trava-se uma disputa para que a expansão efetivamente saia do papel, com ONGs e o Ministério Público empenhados numa ação que tem muito mais de política do que de preocupações com o meio ambiente. É mais uma forma de oposição do que um posicionamento ideológico ou jurídico. O Ministério Público quer que antes das famílias serem transferidas para o local que toda a infra-estrutura esteja pronta. Muito bonito, se na prática a teoria não fosse outra. Há um planejamento urbano projetado para o local, o que não quer dizer que o governo tenha que imediatamente instalar redes de água e esgoto. Fosse assim, metade dos moradores da península do lago norte teriam que se mudar, pois lá não há esgoto. As ONGs lamentam a floresta dizimada, sem se lembrar que há licença para a derrubada, já que é uma mata artificial de pinheiros, árvore pouco nobre. E se esquecem que há o projeto de uma floresta nacional (com árvores nobres) perto dali. O que ninguém explica é onde ficarão as pessoas que, não por acaso, também fazem parte do meio ambiente. Topo da página

09/23/2001


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