Pesquisa sobre escorpiões do Cerrado integrará série da BBC



Os pesquisadores Kleber Del Claro, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e Everton Tizo-Pedroso, da Universidade de Goiás (UFG), investigam há sete anos o comportamento social da espécie de pseudo-escorpião Paratemnoides nidificator, aracnídeos discretos que constroem seus ninhos sob cascas de árvores no Cerrado. Neste período, os estudos avançaram, foram intensificados e as complexas descobertas serão agora um dos focos da série Survivors, da TV BBC (Londres).

Segundo Del Claro, o produtor da série que substituirá a atual Life, esteve durante o mês de outubro de 2012, em Uberlândia, fazendo imagens e entrevistas sobre a pesquisa. “Com o material coletado, a equipe definiu que nosso caso comporia parte dos documentários de vários capítulos a serem lançados, mundialmente, em setembro de 2014”, conta o pesquisador, que teve apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) em seu projeto conjunto com Tizo-Pedroso.

Por sinal, este último teve papel decisivo para o início do projeto, pois foi sua a iniciativa de procurar uma nova espécie ainda pouco pesquisada na plenitude. Sua busca não se restringiu às publicações científicas. Para isso, a Sibipiruna em frente ao Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia foi crucial. Foi lá que observou pela primeira vez a existência da espécie de pseudo-escorpião sob a casca da árvore Sibipuruna, comum no Cerrado e também em cidades como São Paulo.

As observações do comportamento foram feitas em laboratório, onde os pesquisadores instalaram colônias em câmaras de vidro, cobertas pela casca da árvore que já habitavam e com um jogo de espelhos para enxergar o que ocorria. “Isso foi fundamental para que pudéssemos observar diretamente o comportamento desses animais, que na maior parte do tempo encontram-se escondidos embaixo das cascas”, diz Del Claro.

Embora existam em quase todos os biomas, com ampla variedade de espécies e grande número de indivíduos, passam despercebidos em função do pequeno tamanho e dos hábitos de vida.

A espécie encontrada no cerrado brasileiro vive em sociedade, o que é raro na natureza e entre esses animais, e possui surpreendentes comportamentos com os filhotes, como o auto-sacrifício da mãe para garantir o alimento de sua prole.

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Fonte:
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(Com informações das revistas Ciência Hoje e Fapesp)



13/01/2014 12:33


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