Pesquisa: USP vai mapear a saúde do sangue do brasileiro e detectar eventuais doenças



Trabalho faz parte de amplo programa internacional de pesquisas relacionadas à segurança nas transfusões

O professor João Eduardo Ferreira, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, foi convidado a desenvolver um banco de dados com informações pessoais e do sangue de doadores de três hemocentros brasileiros: fundações Pró-Sangue (SP), Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais (Hemominas) e a Hemope, de Pernambuco. O propósito é mapear a saúde do sangue do brasileiro e detectar eventuais doenças, tendo como meta principal a aids e Doença de Chagas. O trabalho faz parte de amplo programa internacional de pesquisas relacionadas à segurança nas transfusões de sangue. É o Retrovirus Epidemiology Donor Study (Reds), financiado pelo Instituto Norte-Americano de Saúde. Os organizadores desejam encontrar uma forma eficaz que englobe bancos de sangue com o objetivo de elaborar estudos referentes à segurança transfusional.

Em 2005, foi aberta concorrência internacional para que países interessados submetessem projetos de pesquisa para integrar essa rede. Com base no mérito do trabalho, foram escolhidos Brasil e China. O plano brasileiro aprovado, no qual o Reds aplicará cerca de US$ 3 milhões ao longo de quatro anos, foi elaborado pelos três hemocentros. O banco de dados auxiliará as três instituições na análise das informações levantadas durante o processo de triagem dos doadores e que ficam armazenadas em seus sistemas. A triagem é o momento em que são obtidos dados importantes referentes ao comportamento epidemiológico de uma região.

Rudimentar 

O professor, especializado em computação, destaca que os bancos de dados dos hemocentros são rudimentares e sem integração. "A construção deste projeto será um desafio, considerando a localização de cada banco de dados, a heterogeneidade e o alto número de informações disponíveis", conta. Ferreira explica que a primeira fase do projeto, que compreende a centralização das informações, deverá estar pronta em nove meses e será a base para as análises qualitativas dos dados. Para esta missão, o educador, do Departamento de Ciência da Computação e coordenador do Laboratório de Banco de Dados do Instituto de Matemática e Estatística, contará com equipe formada por três alunos bolsistas e programadores. "Temos conhecimento acumulado de mais de cinco anos de atuação conjunta com a Fundação Pró-Sangue, o que nos auxiliará na montagem desse banco de dados, garantindo a confiança das informações", assegura Fe

08/31/2006


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