Pesquisa vai mapear doenças e fatores de risco à saúde dos brasileiros
Começou nessa segunda-feira (12), em sete estados do País, a coleta de dados para a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, que vai mapear diversas doenças e fatores de risco à saúde da população, como hipertensão, diabetes e obesidade. A Pesquisa é realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo inédito vai promover exames laboratoriais em 80 mil domicílios de 1.600 municípios, atendendo a 20 mil pessoas. A pesquisa começa pelos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima, Amapá e Rio Grande do Sul e, nas próximas semanas, alcançará todas as unidades da federação.
A pesquisa será realizada a partir de questionários, coletas de sangue e urina, a aferição de medidas antropométricas e a medição da pressão arterial. Se os resultados dos exames indicarem algum problema de saúde, o entrevistado será encaminhado a uma unidade de saúde para receber acompanhamento médico.
No total, o Ministério da Saúde vai repassar R$ 21 milhões para a realização do estudo, sendo R$ 15 milhões destinados ao instituto de pesquisa e R$ 6 milhões ao hospital que será encarregado pelos exames laboratoriais.
Doenças diagnosticadas
As análises feitas pela pesquisa também vão diagnosticar se a pessoa tem diabetes e anemia falciforme. A aferição da pressão poderá confirmar a existência de hipertensão arterial. O exame de urina medirá os níveis de sódio, potássio e creatinina, que permitirão analisar os níveis de sal no organismo e a existência de algum problema renal.
O exame de sangue também trará a informação do percentual da população brasileira que já entrou em contato com o vírus da dengue.
Com o sangue coletado, serão realizados exames de colesterol, sorologia de dengue, hemograma (que poderá detectar anemia) e hemoglobina glicada (para detectar diabetes). Já a obesidade será avaliada a partir da medição do peso, da altura e circunferência da cintura.
O material coletado na pesquisa será guardado e vai compor um banco de soro humano para monitorar a doença no País, ficando disponível para universidades e institutos de pesquisas. Além dos exames, a pesquisa fará perguntas inéditas sobre o estilo de vida das pessoas (como o padrão de alimentação), sobre se a pessoa sofreu preconceito no sistema de saúde e sobre a existência de animais de estimação no domicílio.
Pesquisa Nacional de Saúde
A Pesquisa faz parte do Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) e tem como meta produzir novas informações sobre os hábitos de alimentação, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prática de atividade física e fatores associados aos comportamentos não saudáveis da população. As informações vão subsidiar as ações de combate às doenças crônicas, responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil.
O secretário de vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa explica que a pesquisa permitirá uma avaliação mais ampla e um melhor planejamento das ações estratégicas e políticas públicas. Segundo ele, a previsão é de que o estudo seja realizado a cada cinco anos. Os primeiros resultados deste estudo devem ser divulgados em 2014.
A iniciativa propõe que a Pesquisa Nacional de Saúde dê continuidade aos inquéritos do Plano Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), realizado em 1998, 2003 e 2008. A PNS também deve delinear o perfil lipídico da população e dimensionar o acesso ao diagnóstico de alguns agravos crônicos (como hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, creatinina no sangue, dosagem de sal na urina), com base na comparação de medidas objetivas (antropométricas, de pressão arterial e exames laboratoriais) e subjetivas (morbidade auto referida), além de outras investigações. A Pesquisa foi aprovada no Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
O Ministério da Saúde já realiza, anualmente, o estudo de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feito por inquérito telefônico em 26 estados e no Distrito Federal. Em 2011, o Vigitel entrevistou 54 mil pessoas, sendo uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva.
Fontes:
Ministério da Saúde
Com informações do Portal Planalto e
da Agência Brasil
24/08/2013 18:41
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