Pesquisadora defende clonagem terapêutica
Quase todos os cientistas do mundo concordam com a idéia de que utilizar a técnica de clonagem para fazer cópia de seres humanos é uma loucura, afirmou a professora da Universidade de São Paulo (USP) Mayana Zatz, ao abrir, nesta terça-feira (11), sua exposição no Seminário sobre Clonagem Humana.
A professora titular do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da USP e integrante do Centro do Estudos de Genoma Humano, convidada a manifestar-se sobre o tema "Aspectos técnicos e conceituais sobre clonagem reprodutiva e terapêutica", defendeu as técnicas de clonagem com fins terapêuticos, enfatizando a necessidade de as pessoas entenderem a diferença entre esse tipo de clonagem e aquele chamado de reprodutivo.
Mayana fez um histórico dos procedimentos de clonagem, explicando que, de uma maneira geral, mesmo com os avanços da ciência, ainda existem muitas dúvidas relacionadas com a utilidade dos procedimentos e também quanto ao futuro das técnicas. A professora contou que já é sabido, por exemplo, que os organismos resultantes de clonagem envelhecem precocemente e que a clonagem não será capaz de reverter as doenças genéticas. A clonagem terapêutica acena com possibilidades eficazes de cura para a leucemia, as doenças do sangue, como a hemofilia, e as degenerativas musculares, informou.
A expositora esclareceu que a clonagem terapêutica diferencia-se da reprodutiva basicamente pelos fim a que se destina - para ajudar no tratamento ou cura de doenças. A clonagem com fins terapêuticos, detalhou, baseia-se na utilização do núcleo de uma célula filha de um tecido já diferenciado para a produção de outras células, que, por sua vez formarão um novo tecido - como um novo órgão, por exemplo.
Mayana disse que é possível, atualmente, por meio de técnicas avançadas, retirarem-se células embrionárias de embriões sem com isso exterminar esses embriões. Daí a importância, salientou, de serem criados, prioritariamente, os chamados bancos de cordões.
11/06/2002
Agência Senado
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