PFL OUVE ARMÍNIO SOBRE FUTURO DA ECONOMIA



O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse nesta quinta-feira no Seminário sobre a Economia Brasileira, realizado pelo Instituto Tancredo Neves, do PFL, que o governo tem sob seu controle as principais variáveis macroeconômicas, como o câmbio e a inflação. Segundo Armínio, depois da crise que culminou com a desvalorização do real, em janeiro, o País está em condições de retomar o crescimento de forma sustentada.
Ao abrir o evento, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), explicou que o seminário tinha como objetivo dar ao partido informação e instrumentos para poder continuar colaborando com o governo.
- Somos parceiros - disse Bornhausen, definindo as relações do governo com o partido.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, compareceu ao seminário acompanhado pelo vice-presidente da República, Marco Maciel.
Falando pelo Instituto Tancredo Neves, entidade do PFL voltada a estudos e pesquisas, o deputado e ex-ministro da Fazenda Eliseu Resende (MG), elencou os principais desafios da economia brasileira. Citou, por exemplo, a necessidade que o país tem de promover o crescimento na base de 4% ao ano, propiciando a criação de 1,5 milhão de novos empregos a cada ano. Para tanto, Eliseu acredita que é imprescindível a queda dos juros e uma política cambial que estimulasse as exportações.
Segundo Armínio Fraga, é essencial que o país mantenha o objetivo de ajustar as suas contas, permitindo assim maior tranqüilidade na administração da política monetária e cambial: juros em queda gradual e solavancos mínimos na flutuação do dólar.
- Estou muito otimista com as possibilidades para o Brasil - disse Fraga, que chamou a atenção para as reformas importantes aprovadas pelo Congresso visando ao ajuste fiscal.
Participou também do seminário o economista Paulo Rabelo de Castro, do Instituto Atlântico. Castro disse que, além de retomar o crescimento sem o risco da volta da inflação, o Brasil tem de vencer a batalha da distribuição de renda e da maior participação dos cidadãos no bolo da poupança nacional. O economista entende que o programa de privatização e a Reforma da Previdência poderiam ser usados como mecanismos para a capitalização dos brasileiros, levando-os a poupar e resgatar créditos que têm junto ao governo, como os saldos das contas do FGTS.
Participaram ainda do encontro os senadores José Agripino (RN), Belo Parga (MA), Moreira Mendes (RO), Bernardo Cabral (AM), Carlos Patrocínio (TO), José Jorge (PE), Maria do Carmo (SE), Edson Lobão (MA), Romeu Tuma (SP), Francelino Pereira (MG), e Eduardo Siqueira Campos (TO).

28/10/1999

Agência Senado


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