PFL questiona e critica ação da Polícia Federal



Cinco senadores do PFL que participaram do depoimento do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Agílio Monteiro Filho, indagaram detalhes da operação e manifestaram o descontentamento do partido com a forma como foi realizada a ação de busca e apreensão no escritório da empresa Lunus, da governadora Roseana Sarney. José Agripino (RN), líder do partido, Geraldo Althoff (SC), Moreira Mendes (RO), Bello Parga (MA) e Antonio Carlos Júnior (BA) questionaram a legalidade da ação e o vazamento de informações.

A principal dúvida, no entanto, levantada por todos eles, disse respeito à possibilidade de a ação da Polícia Federal haver servido a interesses políticos, da parte do governo e do PSDB, de derrubar a candidatura de Roseana à Presidência da República.

- É preciso que fique tudo muito bem explicado para não parecer que foi praticada uma injustiça contra a governadora - disse Agripino.

Bello Parga, Geraldo Althoff e Moreira Mendes indagaram por que delegados de Brasília interferiram na ação da PF. Eles solicitaram inclusive cópia do ofício do juiz do Maranhão solicitando a diligência à PF de Brasília. Eles estranharam também a apreensão do dinheiro da empresa.

- Nunca ouvi falar que ter dinheiro seja ilegal - acentuou Moreira Mendes.

Oposição estranha coincidências

Já os senadores dos partidos de oposição, apesar de não duvidarem da importância de a Polícia Federal e o Ministério Público investigarem irregularidades como as da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), elaboraram perguntas relacionadas com as questões legais que envolveram a operação na Lunus. Jefferson Péres (PDT-AM) perguntou por que a ação não foi acompanhada por um oficial de justiça, enquanto Eduardo Suplicy (PT-SP) indagou sobre a possibilidade de a PF saber, por meio de grampo telefônico, que o dinheiro se encontrava na empresa no dia da busca. Ele também solicitou cópia do fax enviado pela PF ao presidente da República, para que fiquem comprovados os horários e as informações recebidas por Fernando Henrique Cardoso.

José Eduardo Dutra (PT-SE) perguntou a Agílio se ação similar empreendida pela Polícia Federal, em setembro, também no Maranhão, teria contado com participação de delegados de Brasília. O diretor da PF não conseguiu se lembrar do caso.

Também o senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez uma análise do acontecido, reconhecendo a legalidade das ações da Polícia Federal, a apreensão do dinheiro, os mandados judiciais e outros dados da operação, mas considerou complicada a tentativa do diretor de convencer os senadores de que não houve interesse político no caso.

- Essa operação foi de uma precisão incrível - afirmou Simon.



20/03/2002

Agência Senado


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