REQUIÃO QUESTIONA POLÍCIA FEDERAL: INVESTIGAÇÕES DE PRECATÓRIOS "NÃO ANDAM"



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) anunciou em discurso nesta segunda-feira (dia 24) que enviará novamente ao diretor-geral da Polícia Federal, ao procurador-geral de Justiça e à Justiça Federal no Paraná os documentos sobre as investigações realizadas pela CPI dos Precatórios, do Senado, há cerca de dois anos. A CPI, que foi relatada por Requião, apurou a emissão irregular de títulos estaduais e municipais para pagamento fictício de precatórios (pagamentos determinados pela Justiça).- As coisas estão andando muito devagar e não podem continuar assim. Os inquéritos não podem desaparecer. Assim, toda investigação da CPI está se dissipando. Há lentidão nas investigações do Paraná. Em Pernambuco, já houve uma "marmelada" para acomodar a situação e o mesmo pode ocorrer em Alagoas e na cidade de São Paulo - afirmou. Requião questionou a falta de empenho da Polícia Federal no Paraná na investigação de cheques emitidos pela empresa de uma ex-assessora do governador Jaime Lerner para pagar pesquisas eleitorais. Até agora, o DPF não chamou a ex-assessora para explicações, apesar da vinculação dos cheques com a empresa fantasma Assempre, que recebia dinheiro nas operações irregulares com os títulos destinados ao pagamento dos precatórios. O senador paranaense lembrou que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado examinará, nesta terça-feira (dia 25), a rolagem da dívida da Prefeitura de São Paulo, entre eles mais de R$ 9 bilhões de títulos usados no pagamento de precatórios. Reafirmou sua posição contrária a que o governo federal acerte com a prefeitura o pagamento de tais títulos em 30 anos, quando a resolução 78 do Senado só permite dez anos. - O que vai acontecer na CAE é um acordo político para livrar o prefeito Celso Pitta - assinalou.Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) confirmou a existência de uma manobra para dar legitimidade aos títulos emitidos pelo estado de Alagoas para pagamentos irregulares de precatórios. No caso alagoano, "houve de tudo nessa ilegalidade, incluindo falsificação de listas de precatórios e até de assinaturas", acrescentou.Já o senador Romero Jucá (PSDB-RR), relator na CAE do pedido do governo federal para renegociar a dívida do município de São Paulo, afirmou que o caso paulistano "é diferente do que ocorreu em Alagoas e Pernambuco" e, por isso, seu parecer é favorável à renegociação.Ao final, Roberto Requião prometeu que, se a CAE aprovar a rolagem da dívida paulista por 30 anos, incluindo os precatórios, irá rasgar na tribuna do Senado o relatório final da CPI dos Precatórios.

24/04/2000

Agência Senado


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