Plenário aprova voto de pesar pela morte de Evandro Lins e Silva
O Plenário do Senado aprovou vários requerimentos de pesar pela morte do jurista Evandro Lins e Silva, 90 anos, ocorrida nesta terça-feira (17), no Rio de Janeiro (RJ). Além da inserção em ata do voto de profundo pesar e de apresentação de condolências à família do advogado, à Academia Brasileira de Letras e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), os senadores homenagearam a memória de Lins e Silva com um minuto de silêncio.
Os requerimentos de pesar aprovados pelo Plenário foram apresentados pelos senadores José Sarney (PMDB-AP), Olivir Gabardo (PSDB-PR), Roberto Saturnino (PT-RJ) e Eduardo Suplicy (PT-SP). Evandro Lins e Silva sofreu uma queda quando tentava entrar em um carro, após desembarcar no Aeroporto Santos Dumont. Ele voltava de Brasília, onde tinha sido nomeado Conselheiro da República pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O jurista sofreu traumatismo craniano e estava internado desde quinta-feira da semana passada (12).
Primeiro a se pronunciar, o senador Roberto Saturnino falou que a morte do jurista deixa um sentimento de luto em todo o país. Ele antecipou que pretende, oportunamente, requerer a realização de uma sessão solene do Senado em homenagem ao jurista, por tudo o que ele representou, -seja nas letras jurídicas, na vida política que soube exercer com a plenitude de sua cidadania e pela defesa de tantos brasileiros que tiveram nele o recurso da sua salvação em casos extremamente delicados-.
Para o senador Artur da Távola (PSDB-RJ), poucos brasileiros conseguiram se colocar acima do bem e do mal, e Evandro Lins e Silva foi um deles. Távola destacou que apenas uma vez o jurista deixou de ser advogado de defesa, quando advogou em favor da cassação do mandato do presidente Fernando Collor de Melo.
- Nós que fomos seus discípulos, admiradores e amigos, e que tivemos oportunidade de vê-lo em tantas participações da vida brasileira, ficamos todos passados com sua morte - lamentou o senador pelo Rio.
O senador Eduardo Suplicy fez um relato da vida de Evandro Lins e Silva, destacando que, na década de 40, durante o Estado Novo, o jurista defendeu mais de mil presos políticos. Suplicy também lembrou que no período da ditadura militar, como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Lins e Silva concedeu vários habeas corpus que desagradaram aos militares.
A atuação de Evandro Lins e Silva durante a ditadura militar também foi registrada por Olivir Gabardo. Ele declarou que o advogado sempre teve uma atuação firme em favor da democracia e dos direitos humanos. O senador manifestou ainda a sua intenção de pedir a realização de uma sessão especial para homenagear Lins e Silva.
Colega de Evandro Lins e Silva na Academia Brasileira de Letras, o senador José Sarney considerou inestimável a perda sofrida pelo Brasil. Ele colocou o jurista como uma das figuras mais importantes e presentes na vida do país.
- Talvez no setor das letras jurídicas ele possa ser colocado como uma das mais brilhantes e fortes personalidades do setor, neste século que foi marcado por tantas outras figuras importantes - disse Sarney.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) considerou o dia da morte de Evandro Lins e Silva como um dos mais tristes da história do Brasil. Ele lamentou que o país esteja ficando sem referências e concordou com Saturnino e Olivir Garbardo sobre a necessidade de uma sessão especial para reverenciar o jurista.
- Ele era um homem de bem que o Brasil hoje chora e que ao Brasil faz falta - encerrou.
17/12/2002
Agência Senado
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