PMDB tem quatro candidatos à Presidência do Senado



A bancada do PMDB se reuniu na tarde desta quarta-feira (5) para discutir a sucessão à Presidência do Senado Federal. Quatro candidatos foram apresentados: além de Garibaldi Alves Filho (RN), Valter Pereira (MS) e Neuto de Conto (SC), que já haviam posto seus nomes nesta terça-feira (4), quando o até então presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) renunciou ao cargo, disputará a cadeira o senador Leomar Quintanilha (TO).

De acordo com o líder da bancada, Valdir Raupp (RO), outros candidatos podem ser lançados até a próxima terça (11), quando os membros do partido realizarão a eleição interna, a partir das 9h. A idéia, de acordo com Raupp, é que o partido tenha chegado a um consenso já na segunda-feira (10) à noite.

- Tenho conversado também com os líderes de outros partidos. O bom para a Casa, nesse momento, é que saia apenas um nome não somente da bancada do PMDB, mas de todas as bancadas - disse Raupp.

O líder do governo, Romero Jucá (RR), acrescentou que se empenhará junto às lideranças até a próxima terça-feira, para evitar uma eventual disputa. Jucá defende a construção de um acordo que leve ao adiamento das eleições para a Presidência, para que a sucessão não atrapalhe a votação em primeiro turno da proposta de emenda à Constituição (PEC 89/2007) que prorroga a cobrança da CPMF, que deverá acontecer na próxima terça-feira.

- Eu gostaria que a votação da CPMF fosse feita num clima de menos disputa. Uma discussão sobre a Presidência após essa votação seria feita em outros termos, seria mais calma. Se houver entendimento e não houver disputa, a eleição pode ser marcada para outro dia - disse o líder do governo.

Ainda que não acredite que a sucessão possa interferir na votação da CPMF, Raupp apóia a reivindicação de Jucá. De acordo com Raupp, a proposta do adiamento será apresentada aos partidos na reunião de líderes marcada pelo presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), para a tarde da terça-feira. Regimentalmente, as eleições teriam que ser realizadas na próxima quarta-feira (12).

- Acho que o prazo até quarta-feira é muito curto para se buscar um consenso entre todas as bancadas. Com um prazo mais elástico, poderíamos chegar a um candidato de todos os partidos - afirmou.

O PMDB tem a prerrogativa de indicar o candidato à Presidência do Senado por ser o partido com a maior representação na Casa. No entanto, regimentalmente, nada impede que outros partidos lancem candidatos à disputa.

O ex-presidente Renan Calheiros não participou da reunião.

Candidatos

Primeiro nome do PMDB a lançar seu nome na disputa pela Presidência do Senado, Garibaldi Alves Filho voltou a afirmar, em entrevista após a reunião da bancada, que está confiante na vitória.

- Agora que o número de concorrentes aumentou, vou intensificar minha campanha. Acho que serei o escolhido, porque comecei a minha campanha antes - disse ele.

Questionado sobre suas propostas, o senador disse que não fará promessas, mas que seu principal objetivo é a recuperação da imagem do Parlamento diante da opinião pública.

Garibaldi também foi questionado sobre a informação divulgada na imprensa segundo a qual aparece na declaração de bens à Justiça Eleitoral de 2006 como dono de 30 mil cotas da rádio Cabugi do Seridó (RN). Ele também estaria registrado no cadastro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como dono de 190 mil cotas, no valor de R$ 190 mil, da TV Cabugi, também uma concessão pública.

- Fui cotista de uma emissora de rádio em 1979, mas é uma rádio que nunca funcionou, e, por falta de cuidado, ficaram contabilizando isso nas minhas prestações de conta. É uma coisa que nunca existiu. Foi um erro da contabilidade. Vou fazer uma retificação, para não responder por um pecado que nunca cometi - esclareceu.

Já o senador Valter Pereira disse acreditar que a unidade do partido é imprescindível nesse momento, como "ferramenta para reconstrução da credibilidade que a legenda sempre teve".

- O candidato que sair na terça-feira vai ter o apoio de todos - afirmou.

05/12/2007

Agência Senado


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