Polícia de São Paulo devolve telas furtadas ao Masp



Quadros furtadas em dezembro foram recuperados na tarde de terça, 8, pela Polícia Civil paulista

(atualizada às 11h02)

As duas telas do Masp (Museu de Arte Moderna de São Paulo) recuperadas no final da tarde de terça-feira, 8, pela Polícia Civil paulista voltaram ao local de origem na manhã desta quarta. Furtados em 20 de dezembro, numa operação que durou pouco mais de três minutos, os quadros “O Lavrador de Café”, de Portinari, e “O Retrato de Suzanne Bloch”, de Picasso, avaliados em mais de R$ 100 milhões, foram recuperadas em Ferraz de Vasconcelos, na Região Metropolitana de São Paulo. Além das obras, a equipe do Deic (Departamento de Investigações Criminais) apresentou dois acusados de terem cometido o delito.

A ação foi coordenada por policiais da 3ª Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, sob a supervisão dos delegados Adilson Marcondes e Marcelo Teixeira Lima. Marcondes informou que R.J.J., de 32 anos, foi preso no local, e F.L.L.L., de 33 anos, havia sido detido no dia 27 de dezembro, na capital paulista. R.J.J. foi quem indicou o local onde os quadros estavam escondidos, uma residência em Ferraz de Vasconcelos. Segundo o delegado que preside o inquérito, as obras foram encontradas protegidas por uma capa de plástico atrás de uma cama. No imóvel não havia ninguém.

Investigação

Maurício Freire, delegado geral da Polícia Civil paulista, explicou que a investigação corre em segredo de justiça, e que maiores detalhes sobre como ocorreram as prisões e a apreensão das obras ainda não podem ser revelados porque nem todos os envolvidos foram identificados e isso poderia prejudicar investigações futuras. “É evidente que eles não cometeram o crime para ficar com as obras. As diligências agora serão no sentido de descobrir quem encomendou ou para onde iriam os quadros”, disse.

De acordo com ele, os dois homens presos participaram da ação no dia do furto e também estão envolvidos com as outras tentativas de roubo que ocorreram anteriormente. F.L.L.L. admitiu ter participado em uma das tentativas, mas negou o furto. R.J.J. possui uma extensa ficha criminal e era foragido da penitenciária de Valparaíso, onde cumpria pena de 13 anos por assalto.

O delegado geral destacou o “primoroso trabalho de investigação da polícia”, assim como fez o secretário estadual de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, que classificou a polícia do estado como a melhor do Brasil. “Gostaria de cumprimentar a Polícia Civil de São Paulo pela rapidez, presteza e eficiência demonstradas neste caso. Agradeço, não apenas como secretário, mas também como cidadão, por esses patrimônios da humanidade terem sido recuperados”, afirmou.

Masp 

Depois de examinar as telas na noite de terça, Eunice Sophia, perita do Masp, garantiu que elas estão em perfeito estado. “São duas preciosidades que estão voltando ao museu, como dois filhos que retornam para casa”, comemorou ela.

Júlio Neves, presidente do Masp, também esteve no Deic na noite de terça-feira para fazer o reconhecimento das obras e fez questão de parabenizar as autoridades e a polícia pelo trabalho realizado. “Gostaria de agradecer o brilhante, competente e dedicado trabalho da polícia paulista por nos devolver este patrimônio que não é só de São Paulo, mas do mundo inteiro”. Ele lembrou ainda o empenho da Polícia Militar, que também esteve concentrada todo o tempo em resolver o caso.

Cleber Mata com Secretaria de Segurança Pública

(I.P.)



01/09/2008


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