Polícia Federal vai investigar incêndios criminosos em reservas ambientais do País



O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, enviou na tarde dessa segunda-feira (12) um ofício à Polícia Federal, pedindo que investigue incêndios em, pelo menos, seis reservas ambientais. Desde o mês passado, o instituto registrou focos de incêndio em 19 unidades de conservação federais no País, sendo que em dez delas o fogo ainda persiste. A área total queimada é de 322.865 hectares, conforme os dados mais atualizados.

A pedido do ICMBio, a PF vai investigar, inicialmente, os incêndios na Floresta Nacional (Flona) de Brasília (DF) e nos parques nacionais do Itatiaia (RJ), da Chapada dos Guimarães (MT), da Serra do Cipó (MG), da Serra da Canastra (MG) e dos Campos Amazônicos (AM/RO/MT). Nelas, os indícios e provas de que os incêndios teriam sido provocados pela ação humana são muito fortes.

“Em todas as unidades mencionadas existem indícios de incêndios criminosos”, diz o presidente no relato feito à PF. “Em duas delas, os parques nacionais Campos Amazônicos e Chapada dos Guimarães, as equipes de combate encontraram possíveis mecanismos de ignição (do fogo) e nas demais foram avistadas pessoas ateando fogo deliberadamente”, acrescenta o presidente.

O caso mais evidente de crime, apontou ele, é o do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. De acordo com informações do coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, Christian Berlinck, os incendiários teriam usado um pedaço de papel de cigarro com pólvora, preso a um pavio, para provocar o fogo. Brigadistas agiram rápido e conseguiram apagar as chamas antes que atingisse a sede do parque. O material usado para causar o incêndio foi recolhido para perícia e será entregue à Polícia Federal.

No Parque Nacional de Itatiaia, na região serrana do Rio de Janeiro, que sofre com incêndios florestais desde o início da semana passada, a fiscalização obteve informações que uma pessoa moradora da região teria provocado focos de incêndios em quatro pontos diferentes da unidade. Ações desse tipo também foram denunciadas  nos parques da Serra da Canastra, da Serra do Cipó, dos Campos Amazônicos e na Flona de Brasília. 


Devastação em Brasília

Na Flona, no sábado (10) à tarde, fiscais avistaram um caminhão no interior da unidade. Ao se aproximarem, motoristas e passageiros fugiram. Imediatamente depois, o fogo, que havia sido controlado no dia anterior, retornou com toda a força. Nesta segunda, a chefe interina da unidade, Miriam Honorata, disse que um homem foi visto pela manhã colocando fogo numa área próxima a uma rodovia que margeia a floresta.

Até a tarde dessa segunda-feira, o incêndio na Floresta de Brasília já havia devastado mais de 70% da unidade, que guarda remanescentes do cerrado e fontes d´água que contribuem para a bacia do Rio Descoberto, responsável pelo abastecimento de água potável de mais de 60% da população de Brasília.


Fonte:
ICMBio



13/09/2011 15:21


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