Policiais participam de palestra sobre técnicas para identificar motorista embriagado



A iniciativa da Secretaria da Saúde e do CPRv vem atrelada à mudança da legislação de trânsito

 

Cerca de 50 oficiais do Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv) participaram, na manhã desta terça-feira, dia 4, de uma palestra sobre técnicas para identificar motoristas embriagados. A iniciativa da Secretaria da Saúde e do CPRv vem atrelada à mudança da legislação de trânsito, que autorizou, a partir da Lei 11275 de fevereiro deste ano, a utilização de outros meios, além do teste do bafômetro, para determinar se um motorista está alcoolizado ou não.

A mudança na legislação foi idealizada pela Polícia Rodoviária de São Paulo, em parceria com médicos do Hospital das Clínicas, e hoje cobre todo o território nacional. “O contato entre nós e o HC vem sendo feito desde o ano passado. Nós mostramos para os médicos nossas dificuldades, eles fizeram um levantamento dos dados do hospital e depois tudo foi passado ao Contran, que efetuou a mudança”, conta o comandante do CPRv, coronel Daniel Barbosa Rodrigueiro.

Essas técnicas foram mostradas para cerca de 50 oficiais em um vídeo educativo, acompanhado de uma palestra, pela médica Júlia D’Andréa Greve, do Hospital das Clínicas e membro da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego). No filme, foram citados indícios físicos, como a aparência de sono, rosto e olhos avermelhados, e indícios comportamentais. “Quem bebe fica agressivo, arrogante, fala demais e tem excesso de confiança”, explicou Júlia. O evento foi realizado na sede do Comando de Policiamento Rodoviário (CPRv), na zona norte da cidade.

Antes da nova lei, para comprovar a condição alcoólica de um motorista que se recusasse a realizar o bafômetro, o policial deveria levá-lo até a delegacia mais próxima, de onde o delegado requisitaria um médico para fazer um exame de sangue. “Nós ficávamos amarrados. Era inviável um policial sair de seu posto para ter que fazer tudo isso”, explicou o coronel.

Agora, além de facilitar o trabalho de prevenção da polícia, a lei ajudará a diminuir o número de acidentes causados por motoristas embriagados, que são, de acordo com a médica, cerca de 50% dos casos.

Além de verificar as alterações físicas e comportamentais, o filme exibiu outras formas que podem ser utilizadas para determinar se o indivíduo está bêbado ou não, como mandar o motorista fazer o tradicional ‘quatro’, inverter as palmas das mãos com os braços esticados ou tocar a ponta do nariz com os dedos indicadores, também de braços esticados. Uma outra maneira, de acordo com o material, é solicitar que o abordado ande em linha reta ou fique em pé por dois minutos, com os pés em posições paralelas.

Ainda segundo a médica, o sistema de saúde brasileiro não possui estrutura para atender as ocorrências de trânsito como se deve. “Uma vítima de acidente de trânsito utiliza recursos que dariam para atender de 20 a 30 pessoas. Caso nós atendêssemos a todos os traumatizados na forma ideal, o sistema de saúde entraria em colapso”.

Lucien Adedo

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Segurança Pública

(R.A.)

 



09/04/2007


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