POLÍTICA ECONÔMICA PREOCUPA BENEDITA



Os rumos que a economia brasileira vem tomando tem preocupado a senadora Benedita da Silva (PT-RJ), para quem, "apesar do acúmulo de dados negativos mostrar a necessidade de uma reviravolta na atual política econômica", tanto o governador do Rio de Janeiro quanto o presidente da República "priorizama reeleição, remanescendo os problemas da área social em plano secundário".

Na opinião da senadora, "o objetivo de Fernando Henrique e de Marcelo Alencar em garantir o próprio êxito faz com que desprezem a necessidade de investimentos no setor produtivo, mantendo neste e no próximo exercício um crescimento econômico entre 3% e 4%. Benedita defende que os recursos retidos nos cofres fazendários devem servir à promoção do processo de desenvolvimento e das garantias de bem-estar social da coletividade.

Segundo suas previsões, os juros continuarão altos, mantendo-se em nível mínimo a capacidade de endividamento do consumidor, assim como dos Estados que, além da limitação constitucional, também estão proibidos de utilizar os recursos dos bancos estaduais.

Em seu discurso, Benedita se baseou em estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bem comode artigos de jornalistas econômicos publicados em vários órgãos da imprensa nacional, para demonstrar que as diretrizes econômicas adotadas pelo governo "estão minando a economia nacional".

Entre as conseqüências mais danosas produzidas pela política econômica, a senadora destaca o sucateamento do parque industrial com o fechamento de um grande número de empresas, a qualidade ruim no atendimento nas áreas de saúde e educação, os baixos investimentos em infra-estrutura e o desemprego.

Com a economia "comprimida", afirmou a senadora, a indústria extinguiu 5,6% das vagas do mercado de trabalho, em relação a igual período do ano passado, conforme apurou o IBGE. Neste sentido, disse ela,"o maior número de demissõesde trabalhadores ocorreu justamente no Rio de Janeiro, onde foram fechadas 10,7% das vagas, seguido de São Paulo, com 7,9%, e de Minas Gerais, com 1,9% das ocupações extintas".

Benedita demonstrou preocupação também com o grau deinsensibilidade do governo "às críticas que se avolumam a sua política econômica". Ela entendeque se trata de censuras consistentes "enquanto multiplica-se a miséria entre os brasileiros, o Tesouro transborda inútil a riqueza nacional indevidamente acumulada".



20/03/1998

Agência Senado


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