Políticas sociais são eficazes para enfrentar as crises
A importância de discutir as raízes sociais dos problemas de saúde à luz do atual cenário de crise global foi defendida pela ministra Tereza Campello durante a Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde, na tarde desta quarta-feira (19), no Rio de Janeiro. A titular do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) representou o governo brasileiro em mesa-redonda e na abertura do evento, ao lado de autoridades estrangeiras. O evento teve a proposta de debater estratégias, metodologias e compromissos de combate às desigualdades na área da saúde.
Na ocasião, a ministra Tereza Campello analisou o contexto internacional. Segundo ela, a experiência brasileira de crescimento econômico sustentável com distribuição de renda serve de alerta aos demais países para que não caiam na tentação do ajuste fiscal e do corte de gastos na área social.
“A discussão dos determinantes de saúde só pode ser debatida à luz da crise mundial, senão corremos o risco de os países retrocederem na agenda social e cortarem gastos, comprometendo os avanços e aprofundando as desigualdades. Defender políticas sociais é fundamental para manter a equidade, a justiça e o acesso da população aos serviços públicos”, salientou a ministra.
Os investimentos sociais foram a aposta do, exemplificou Tereza Campello: “Apostou em políticas que ampliaram a proteção social e contribuíram para a redução da pobreza, apostou no crescimento sustentável com distribuição de renda”. Por isso, ela garantiu, o País cresce com mais justiça e garante maior acesso a saúde, educação, bens de consumo, alimentos, remédios – tudo isso, elementos importantes para a saúde. “De barriga vazia não há saúde”, afirmou.
O dinamismo da economia brasileira ajuda o País a enfrentar a crise com distribuição de renda, valorizando o salário mínimo, fortalecendo programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), apoiando a agricultura familiar. E são essas ações que contribuem para a segurança alimentar, igualmente fundamental na saúde, ao lado da universalização dos serviços públicos básicos, da assistência social, via Sistema Único de Assistência Social (Suas), das políticas públicas de proteção em que o Estado brasileiro investe.
Impactos
A ministra demonstrou os impactos do Bolsa Família em relação à saúde ao mencionar números da queda da mortalidade infantil, da desnutrição e da melhoria na relação entre peso e idade das crianças mais pobres. Tereza Campello citou o Bolsa Família, que exige cumprimento da agenda de vacinação e pré-natal, e as novidades anunciadas recentemente no programa, de modo a proteger ainda mais crianças, gestantes e nutrizes. “O Brasil vai continuar apostando no modelo do crescimento interno, da economia com distribuição de renda, pois só assim poderá tornar-se livre da miséria”, garantiu Tereza Campello.
Além da ministra, participaram do evento a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan; a administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Rebeca Grynspan; a secretária de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Kathleen Sebelius; o diretor executivo do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Michel Sidibé; e o secretário executivo do MDS, Rômulo Paes.
Fonte:
Plano Brasil sem Miséria
20/10/2011 12:50
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