Arlindo ressalta importância de Alkmin nas crises políticas



Ao homenagear a memória do ex-deputado federal e ex-vice-presidente da República José Maria Alkmin, em sessão dedicada à comemoração do seu centenário de nascimento, o senador Arlindo Porto (PPB-MG) destacou a importância do político mineiro nas crises vividas na política brasileira, especialmente a que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas.

A crise, lembrou o senador, desaguaria na posse de Café Filho na Presidência, dando início "a uma trama golpista" que tinha como objetivo principal evitar a anunciada eleição de Juscelino Kubitschek para o Catete.

- Alkmin já liderava a bancada do PSD e percebeu num retalho de conversa com o presidente Café Filho, em convalescença no Hospital dos Servidores do Estado, que estava se articulando um golpe de estado para impedir a posse de Juscelino. Numa ação rápida e eficiente, Alkmin detém com habilidade a trama golpista e assegura com o general Lott a posse do senador Nereu Ramos como presidente, garantindo com isso o resultado do pleito e a posse do eleito pelo povo - destacou.

Uma vez empossado, Juscelino convidou Alkmin para assumir o Ministério da Fazenda. Alkmin, recordou Arlindo Porto, já havia demonstrado suas habilidades e qualidades como secretário da Fazenda no governo de Minas Gerais, quando Juscelino era governador, onde foi responsável pelos recursos que deram suporte ao programa Binômio Energia e Transportes e pela recuperação da máquina arrecadadora do estado. Como ministro, também possibilitou os meios para que Juscelino construísse Brasília.

- Assumiu o ministério, iniciou franco e decidido combate à sonegação, recuperou a cafeicultura brasileira, proibiu a importação de bens supérfluos e suntuários, protegeu o erário contra a ação de seus contumazes predadores e, principalmente, estabeleceu no exercício de suas funções padrões de honradez e dignidade que o qualificaram para sempre como um político respeitável - disse o senador.

Arlindo lembrou ainda que Alkmin estava à frente das articulações para impedir a "aventura golpista" de Jânio Quadros, conduzindo Ranieri Mazilli à Presidência e preparando o terreno para adoção do sistema parlamentarista de governo. "Deflagrada a revolução de 1964, da qual foi um dos articuladores em Minas Gerais, ao lado de Magalhães Pinto, Alkmin é eleito vice-presidente do primeiro governo militar de Castelo Branco", acrescentou.

O senador concluiu a homenagem ressaltando que Alkmin, durante toda a sua vida política, jamais deixou de cuidar da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, que presidiu por quatro décadas. "Nos deixou no dia 22 de abril de 1974 e levou a sagacidade, a experiência acumulada e profunda sensibilidade política, deixando como exemplo para todos nós - seus sucessores, jamais substitutos - a lição de honradez e patriotismo".

12/06/2001

Agência Senado


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