Por 4 votos, acaba greve na UFRJ
Por 4 votos, acaba greve na UFRJ
Divididos, professores evitam marcar data de retorno às salas de aulas. UFF e Colégio Pedro II mantêm paralisação
Com uma diferença de apenas quatro votos, os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aprovaram o fim da paralisação de 93 dias. Não decidiram, porém, quando retornam às salas de aula e transferiram a decisão para o Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes). A decisão dos docentes da UFRJ não foi seguida pelos colegas da Universidade Federal Fluminense (UFF), nem pelos do Colégio Pedro II, entidade federal de ensino. Eles vão continuar parados.
O resultado da assembléia da UFRJ refletiu a divisão do movimento e abre margem para que os dissidentes retornem ao trabalho na segunda-feira, como já resolveram a Faculdade de Medicina e o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. Ontem, alguns professores dos cursos de Economia e Administração no campus da Praia Vermelha deram aulas. De qualquer forma, nova assembléia da UFRJ foi marcada para terça-feira, às 13h30, no auditório do Centro de Ciência e Tecnologia.
Por 245 votos a favor e 241 contrários, os docentes suspenderam a paralisação. Tal votação não se repetiu na hora de marcar a data da volta: 221 recusaram-se a estabelecer o dia do retorno. Outros 204 escolheram a segunda-feira. Se retornarem na próxima semana, o ano letivo ainda pode ser recuperado. Mas, qualquer decisão sobre até quando irão as aulas vai depender da assembléia de terça-feira.
Na UFF, os professores resolveram manter a paralisação em assembléia realizada pela manhã. Nova reunião foi marcada para segunda-feira na Faculdade de Educação. Os professores divulgaram uma carta aberta aos alunos e pais convidando-os para um encontro dia 28, às 18h30, no Teatro do DCE, Centro de Niterói. Os 2 mil professores e servidores do Colégio Pedro II vão continuar distantes da escola pelo menos até terça-feira, quando fazem nova votação na unidade do Centro.
''Queremos o fim do impasse e nossos filhos de volta à escola''. Com cartazes exibindo frases deste tipo, mães de alunos do Colégio Pedro II realizaram, ontem, uma manifestação em frente à unidade da Tijuca. Cansadas de esperar por uma solução, se uniram aos filhos para defender a negociação e evitar mais prejuízos para os estudantes. Nas cinco unidades do colégio cerca de 13 mil alunos de ensino médio e fundamental estão sem aulas.
A preocupação dos pais aumentou após a suspensão do diálogo entre o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, e os grevistas. ''É preciso um entendimento entre o Ministério da Educação (MEC) e os professores'', disse Sidely Ferreira, mãe de uma aluna. ''Não estamos procurando os culpados. A intenção é preservar o direito à escola e um ensino de qualidade'', reforçou a presidente da Associação de Pais e Amigos do Pedro II, Léa Baphtista de Moraes.
A greve é um reflexo da crise na educação, acredita Shirley Pan, mãe de uma aluna da 6ª série. ''Não há concursos, faltam professores e não existe reposição de aulas'' reclamou. A diretora adjunta do Pedro II na Tijuca, Tereza Cristina de Paiva, garantiu que a escola vai cumprir o calendário letivo de 200 dias. ''Existe uma comissão mista de pais, alunos e professores que está montando o plano de reposição de aulas para concluir o ano letivo em março'', adiantou.
O presidente do grêmio estudantil do Pedro II da Tijuca, Alan Amaral, acredita que para a greve acabar é necessário garantias de que a qualidade do ensino vai melhorar. ''Somos quase 23 mil alunos em escolas públicas sem aulas. Mas as reivindicações dos professores são justas e o governo precisa resolver essa situação.''
INSS volta a funcionar com filas
BRASÍLIA - Os servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) devem voltar a trabalhar na segunda-feira. O acordo assinado entre o Ministério da Previdência e os funcionários foi discutido ontem por dezenas de assembléias regionais. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) - sindicato que representa a categoria - informou que a maioria dos servidores têm votado pelo fim da greve. A decisão final será divulgada amanhã.
Com o anúncio de que a greve teria terminado, alguns postos e agências do INSS voltaram a atender ontem mesmo. Em Alagoas, Paraíba, Sergipe, Goiás, Rio Grande do Norte e Tocantins, a situação foi quase normal.
Em Estados do Sudeste, no entanto, o funcionamento dos postos se deu de maneira precária. Filas enormes se formaram em frente a cada agência e quem esperava ser atendido passou horas em pé, esperando. ''Até o começo da semana que vem, as populações dos grandes centros ainda ficarão prejudicadas, mas o incômodo vai passar'', diz Vladimir Nepomuceno, secretário-geral da CNTSS.
O acordo dos grevistas com o governo prevê trabalho extra e pesado nos primeiros dias nos postos do INSS. Divididos em dois turnos, os previdenciários podem ultrapassar 12 horas de jornada diária. ''Quem chegar à agência vai ser atendido, isso nós garantimos'', confirma Nepomuceno.
A CNTSS diz que os servidores não deverão exigir senhas para atender os segurados. O expediente durante o fim de semana também foi descartado. ''Não estamos treinados para isso. Temos muito trabalho e a categoria ainda está tentando recuperar o tempo de paralisação'', afirma Nepomuceno. O Ministério da Previdência não se pronunciou a respeito da eventual abertura das agências durante sábados e domingos.
Os funcionários do INSS ficaram parados durante 106 dias. Concordaram em voltar ao trabalho depois que o ministério ofereceu 11% de reajuste nos vencimentos básicos e autorizou a criação de uma gratificação por desempenho e produtividade. Isso significa aumentos de até 46% para quem tem nível superior e de 32% para servidores de nível médio.
A verba necessária para garantir todos os benefícios é de R$ 186,6 milhões. Em todo o país, existem 1.135 agências do INSS. O ministro Roberto Brant disse ontem que a contratação de trabalhadores temporários não será necessária, ao menos por enquanto.
A respeito da punição anunciada aos funcionários em greve que ocupavam cargos de chefia, Roberto Brant ainda não tomou uma posição oficial. A CNTSS confirmou que as agências do interior do país devem ser as primeiras a voltar a atender normalmente o público.
Anadyr abre processo para investigar licitação
BRASÍLIA - A corregedora-geral da União, Anadyr Mendonça, abriu processo para saber se o Ministério da Saúde investigou internamente a suposta tentativa de fraude em concorrência internacional. O caso envolve a licitação n° 05/2000, concluída em agosto para a compra de 6.385 computadores e impressoras por cerca de US$ 10 milhões. O ministro José Serra encaminhou à Polícia Federal uma imitação da ata do resultado da concorrência, com a troca da empresa vencedora pela que ficou em quinto lugar.
A ministra encaminhou ofício ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, Barjas Negri, pedindo informações sobre as providências adotadas em relação ao caso. Anadyr abriu o processo com base em reportagem publicada ontem pelo Jornal do Brasil sobre a decisão de Serra de requisitar investigações da PF para identificar os autores da ata falsificada. Para a Corregedoria, não basta apenas a investigação policial.
A assessoria do ministério ficou de consultar o secretário-executivo sobre o caso. Há dois meses o papel suspeito fora entregue ao ministro pelo deputado Osmânio Pereira (PSDB-MG). Um empresário de informática em Brasília recebeu a ata e decidiu encaminhá-la ao deputado, já que o papel sugere manipulação do resultado da concorrência.
Outro ofício foi enviado por Anadyr ao ministro José Serra. Desde a criaç
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