'Precisamos discutir mais ideias neste país', diz Sarney



Em sua coluna eletrônica semanal na TV Senado, que vai ao ar todas as sextas-feiras, às 21h, o presidente José Sarney se disse "perplexo e surpreso" diante da repercussão negativa na imprensa brasileira de seu discurso em Plenário na sessão especial em homenagem ao Dia Internacional da Democracia, comemorado na última terça-feira (15).

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Na ocasião, o presidente defendeu a existência do Parlamento como fórum de diálogo e de harmonização de conflitos. Disse também que uma reforma política seria necessária para adequar o sistema representativo aos avanços tecnológicos, de forma que o próprio cidadão pudesse votar e decidir diretamente sobre assuntos de seu interesse.

- Eu falei da democracia representativa. Tratei de uma questão teórica. Fiz um estudo de natureza histórica, de natureza científica, sobre o que é a democracia. E ninguém entendeu. Pensaram que eu estava dando recados. Não só não era verdade, como vi que ninguém estava atualizado sobre o que se está discutindo no mundo inteiro. Nós precisamos discutir mais ideias nesse país. Precisamos sair dessa fulanização, dessas agressões pessoais, dessas lutas que correspondem a um tempo passado - disse ele.

No pronunciamento, Sarney afirmou que a crítica diária a que o Legislativo está sujeito por tomar suas decisões de forma aberta e transparente muitas vezes debilita a instituição. A declaração foi interpretada como uma crítica aos veículos de comunicação que cobrem o Congresso, o que fez com que a Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado divulgasse, na quarta-feira (16), nota de esclarecimento.

O presidente disse, na TV Senado, que há uma discussão mundial sobre a compatibilização da representatividade no espaço comum que se estabelece entre a mídia e o Parlamento.

- Qual é a perspectiva que se vê em termos de democracia, em termos de futuro? É a democracia direta, aquela em que o cidadão vota não mais em representantes, mas em que ele é o representante de si mesmo. Ele vota nas decisões que terão que ser tomadas. Isso vai ser possível quando o mundo tiver a rede de computadores estendida a todas as pessoas. Nós voltaríamos então ao princípio da democracia, que é a democracia direta, como ainda existe em alguns cantões da Suíça - disse.

Raíssa Abreu / Agência Senado



18/09/2009

Agência Senado


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