Prefeito se diz inocente e não responde perguntas na CPI da Pedofilia



"Sou inocente e não tenho nada a declarar". Essa foi a resposta do prefeito de Sebastião Barros, Geraldo Eustáquio Machado - conhecido como Geraldo Mineiro - à maioria das perguntas feitas pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), e pelo senador José Nery (PSOL-PA). O prefeito compareceu à CPI nesta quarta-feira (5) com uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu a ele o direito constitucional de permanecer calado. Geraldo Machado será convocado novamente para ser submetido à acareação com sua esposa, Maria José Machado.

Na avaliação do senador Magno Malta, a decisão do prefeito de não responder aos questionamentos não prejudicou a audiência, que ele considerou "útil". Para o senador, o silêncio do prefeito também pode oferecer respostas e conclusões. O senador explicou que a função da CPI é investigar e lamentou a opção do prefeito de não falar à comissão, fórum que poderia ser utilizado por ele para apresentar sua defesa.

- Acho ruim [comparecer com a liminar] porque quem cala, consente - disse Magno Malta, ao criticar a falta de indignação do convocado às acusações sofridas.

Geraldo Mineiro é acusado de assediar uma menina de 8 anos, filha do presidente da Câmara Municipal de Corrente, e também de abuso da filha do presidente da Câmara Municipal de Sebastião Barros, de 10 anos. Ambos os municípios localizados no Piauí.

José Nery também lamentou o silêncio do convocado. Para o relator, se o prefeito se diz inocente e é vítima de denúncias infundadas, que conforme tem argumentado, têm a finalidade de denegrir sua imagem e sua história, ele deveria mostrar elementos que provem essa afirmação. Para Nery, a ausência de respostas pode ser um "indício forte", que não esclarece a comissão nem contribui para a defesa de Geraldo Machado.

- O fato de ficar calado não pode ser uma forma de confissão dos crimes? -perguntou José Nery, que ficou sem a resposta do convocado.



05/08/2009

Agência Senado


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