Presidenciável elogia administração Olívio









Presidenciável elogia administração Olívio
Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a vinda ao Estado para elogiar a administração do governador Olívio Dutra, enfatizando que os gaúchos se darão conta nos próximos 30 dias dos bons projetos concretizados e votarão em Tarso Genro. A chegada de Lula ao Rio Grande do Sul foi adiada por problemas na aeronave que o conduzia de São Paulo a Passo Fundo. Problema no trem de pouso foi detectado quando sobrevoava Curitiba, às 11h15min. Ele e a comitiva retornaram a São Paulo e mudaram de avião. Assim mesmo, cumpriu a agenda, com comícios em Passo Fundo, Caxias do Sul e Porto Alegre. Sobre o acidente, comentou em tom de brincadeira que estava tranqüilo, mas que a partir de agora irá reduzir as viagens no avião Fokker 100.
Lula chegou a Passo Fundo com mais de três horas de atraso, mas nem isso tirou o ânimo das pessoas, que o esperavam no centro da cidade. Ele se juntou ao palanque instalado na rua General Netto, onde já estavam o governador Olívio, Tarso, o vice licenciado Miguel Rossetto e os candidatos do partido ao Senado, Emília Fernandes e Paulo Paim. O candidato à Presidência da República, bem humorado, arrancou aplausos do público ao cantar um trecho da música 'Gaúcho de Passo Fundo', de Victor Matheus Teixeira, o Teixeirinha. Lula mostrou esperança de vencer no 1O turno. Disse que mesmo liderando a disputa não deixou de comparecer a nenhum debate, lembrando a postura de adversários que estavam em primeiro lugar nas outras eleições presidenciais.


TREINAMENTO
Uma urna eletrônica está à disposição da população no hall de entrada do Palácio Farroupilha. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE), juntamente com a Assembléia Legislativa, pôs à disposição o sistema para que a população que passa diariamente pelo Parlamento treine o voto eletrônico. Além da urna, os eleitores encontram no local 'a cola', que podem utilizar para preencher o número de seus candidatos. O TRE está aconselhando as pessoas a levá-la no dia da votação, 6 de outubro. A urna pode ser acessada de segunda a sexta-feira, das 12 às 19h.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
10h30min: reunião com a Associação dos Diários do Interior. 14h: Assembléia Legislativa. 17h: Gravataí.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
9h: reunião na Câmara de Indústria e Comércio, em Esteio. 12h15min: sede do Grêmio Naútico União. 16h45min: encontro com direções do Consórcio de ONGs de Agroecologia do RS, no comitê central. 18h: rádio Pop House.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
12h: Garibaldi. 19h: Bento Gonçalves. 21h30min: Caxias do Sul.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
14h: gravação de programas eleitorais. 19h30min: comício, em Ipanema.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL) Santa Maria.


Deputados lamentam os ataques
Deputados estaduais de oposição e situação condenaram a troca de acusações entre os presidenciáveis no segundo debate na televisão, realizado segunda-feira. Adílson Troca, do PSDB, afirmou que ficou impressionado. Disse que José Serra virou o alvo principal porque tem de responder a ataques ao governo federal. Troca preveniu que os eleitores não gostam desse nível de debate, mesmo admitindo que as provocações são inevitáveis. Ele aprovou a conduta do presidenciável, que quer discutir propostas para o futuro.

Segundo Luis Fernando Schmidt, do PT, o debate serviu para mostrar se os candidatos têm ou não equilíbrio. O deputado defendeu a exposição de propostas como melhor conduta na televisão, numa indicação favorável ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva. Eliseu Santos, do PTB, disse que faltou qualidade no relacionamento entre os candidatos e apresentação de planos realizáveis. Vilson Covatti, do PPB, considerou que o debate foi esclarecedor para a atual fase da campanha, mas as idéias não podem ser deixadas para segundo plano.

José Ivo Sartori, do PMDB, disse que o respeito entre os candidatos deve prevalecer. Lembrou que o bom nível indica preocupação com a opinião pública. Jussara Cony, do PC do B, afirmou que Lula mostrou como é possível participar de debate sem agressões e ofensas. Segundo a deputada, a tática dos insultos é usada normalmente por quem não tem projeto de governo para o país.


Ibope dá vitória a Rosinha no 1º turno
A candidata pelo PSB ao governo do Rio, Rosinha Matheus, venceria a eleição no 1º turno conforme a pesquisa divulgada ontem pelo Ibope. Ela subiu um ponto percentual em relação ao último levantamento, totalizando 45% das intenções de voto. Jorge Roberto Silveira, do PDT, fez 15%. A governadora Benedita da Silva, do PT, caiu um ponto percentual e está com 11%. Solange Amaral, do PFL, manteve 7%. No eventual 2º turno, Rosinha venceria Silveira por 59% a 26% e Benedita por 63% a 21%. O Ibope ouviu 1,6 mil eleitores de 39 cidades entre 30 de agosto e 1º deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais.


Lula diz que só assiste a ataques
Acredita que não escapará no 2º turno, quando espera negociar com as forças políticas derrotadas

O candidato à Presidência da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem, em Caxias do Sul, estar assistindo a trocas de acusações entre os adversários como telespectador. Acrescentou que isso não interfere em sua campanha. 'Não chego a tirar proveito porque não há grandes denúncias', afirmou, ao salientar que José Serra, da aliança PSDB-PMDB, e Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, também não ganham com ataques sem consistência.

Lula sugeriu que nos próximos debates seja evitado o número excessivo de direitos de resposta. Segundo ele, as acusações rebaixam o nível da discussão e despolitizam o eleitor. Sobre as poucas críticas que vem sofrendo nesta campanha, diferentemente das três últimas corridas presidenciais que disputou, afirmou que os adversários não têm o que atacar. Porém, disse esperar reação no 2º turno.

Sobre a redução do Orçamento Geral da União de 2003 de R$ 7,5 bilhões para R$ 7,2 bilhões, Lula declarou que não entende os motivos do governo federal. Segundo ele, pelo aumento da carga tributária o efeito deveria ser o contrário, ampliando o volume de recursos para investimentos. Complementou afirmando que em oito anos o presidente Fernando Henrique Cardoso não preparou o país para dar salto de qualidade.
Quanto à possível adesão de Fernando Henrique à sua candidatura, caso Serra não chegue ao 2º turno, Lula foi taxativo: 'Com exceção de Fernando Collor de Mello, aceito o apoio de qualquer ex-presidente'. Afirmou que passado o 1º turno fará questão de negociar com todas as forças políticas derrotadas. 'A minha candidatura é a única que pode representar novo pacto social e o começo de reformas imediatas e desejadas pela sociedade', argumentou.


Serra parte para debate de idéias
Acredita que também precisa se precaver, pois os adversários 'começaram a estabelecer tabelinha'

O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, declarou ontem, em São Paulo, que no atual estágio da disputa tem dois grandes desafios. 'O primeiro será conseguir mostrar para mais brasileiros as nossas propostas e como vamos cumpri-las. O segundo consiste em enfrentar os outros três adversários', explicou. De acordo com Serra, no debate de segunda-feira pela Rede Record, Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, Anthony Garotinho, do PSB, e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, 'já começaram a estabelecer tabelinha e certamente jogarão assim até o fim'.

Contrariamente ao que afirmou o coordenador político da campanha do PSDB, deputado Pimenta da Veiga, de que Lula será o próximo alvo, Serra evitou falar em confronto direto. 'Todos devem cobrar de todos, faz parte da dis puta democrática e é normal', concluiu. O presidenciável tucano admitiu, porém, que preferia não ter enfrentado todos os adversários contra ele no debate. Falando sobre os reflexos no mercado financeiro do seu crescimento em pesquisas, Serra comentou que qualquer fator que acalme o setor é positivo. 'Eu seria pretensioso se acreditasse que a minha candidatura representa o fator de eventual calmaria no mercado', declarou.

Pimenta disse que a estratégia dos adversários de vincular a imagem de Serra ao governo favorece o tucano. 'Isso deixa a candidatura próxima dos êxitos de Fernando Henrique em várias áreas', explicou. Acrescentou que é normal que todo governo tenha pontos fracos. O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Jutahy Júnior, afirmou que as ações continuarão centradas em duas frentes distintas de luta. Os embates com Ciro, que envolvem a discussão sobre o modelo de comportamento e a personalidade de um presidente da República, passam a dividir espaço com os debates de conteúdo, que começam a ser travados com o PT. Serra questionou, por exemplo, se o discurso corresponde à essência do partido.


Ciro reforçará campanha na TV mostrando projetos
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, e o deputado Walfrido dos Mares Guia, do PTB, disseram ontem que a estratégia do candidato ao Palácio do Planalto Ciro Gomes será usar a propaganda eleitoral gratuita para mostrar o programa de governo. Porém, enfatizaram que a Frente Trabalhista não deixará de responder a ataques. A idéia, segundo eles, é poupar Ciro, reduzindo o número de viagens e aproveitando a televisão.


Garotinho fará campanha na região Metropolitana
O presidenciável Anthony Garotinho, do PSB, chegará na noite de hoje a Porto Alegre para roteiro na região Metropolitana. Garotinho virá com a filha Clarice. Terá compromisso às 11h de amanhã na Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, em Novo Hamburgo. Também conhecerá a sede da Universidade Estadual. À tarde, Garotinho, que visitará pela terceira vez ao Estado desde a largada oficial da campanha, irá a Parobé. Haverá roteiro ainda em Campo Bom e Esteio.


INELEGÍVEIS
O procurador regional eleitoral do Paraná, João Gualberto Ramos, deu ontem parecer favorável ao pedido de cassação dos registros das candidaturas de Roberto Requião, do PMDB, ao governo do Paraná e de Paulo Pimentel, do PMDB, ao Senado, com a conseqüente decretação de suas inelegibilidades. Eles foram acusados por Rogério Miranda de Mello, representante do PTC, de abuso do poder econômico e utilização indevida dos meios de comunicação. O processo deverá ser julgado pela Corte do Tribunal Regional Eleitoral no dia 18. O PMDB acredita na reversão do quadro.


Jair critica a política salarial
O ex-governador Jair Soares disse ontem que fazer economia nos salários é promover queda na produção e aumento do desemprego. Ele acredita que boa parte da diminuição do nível de crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro está diretamente vinculada à política do governo federal de reprimir os salários, tanto de ativos quanto de inativos. Jair lembrou que durante o seu governo, de 1983 a 1987, teve como objetivo manter o quadro de funcionários motivado em termos de salário e treinamento. Exemplificou com a Brigada Militar, para a qual concretizou política de valorização salarial e de preparação para ocasiões de risco. O ex-governador acrescentou que a introdução do 13º salário para o funcionalismo marcou a sua administração. 'Se a medida não tivesse sido tomada, ninguém mais a concederia em função das leis Camata e de Responsabilidade Fiscal', acredita.


Mello é contrário a mudança na Carta
O presidente da República em exercício, Marco Aurélio de Mello, disse ontem, na Associação Comercial do Rio de Janeiro, ser contrário à modificação sistemática da Constituição federal. 'É inimaginável que antes da prática maior da Constituição se emende esta mesma Carta 44 vezes', afirmou Mello, que é presidente do Supremo Tribunal Federal. Para regulamentar os mais de 50 dispositivos que se acham em aberto, o presidente em exercício afirmou ser necessário que haja vontade política dos representantes do povo, os deputados e os senadores. Mello também criticou o projeto de reforma do poder Judiciário, defendendo que primeiramente é preciso incentivar a adoção efetiva dos atuais dispositivos.


Paim defende fiscalização na aplicação do FAT
O deputado federal Paulo Paim, do PT, candidato ao Senado, defendeu ontem mais fiscalização do governo federal sobre a aplicação de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A medida, justificou Paim, deve atingir tanto entidades ligadas a empresas como as centrais sindicais que têm utilizado recursos do fundo para financiar a capacitação profissional de trabalhadores. Recentemente, o Ministério Público denunciou que há falhas no controle do Ministério do Trabalho e Emprego sobre o uso do dinheiro pelos sindicatos. O FAT é a fonte pagadora do seguro-desemprego. 'Temos de usar os recursos também para gerar renda', avaliou o petista, que ontem ouviu o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva explicar, em Passo Fundo e Caxias do Sul, sua proposta de governo de disseminar cooperativas de crédito para patrocinar investimentos de pequenos e micronegócios. Uma das facilidades seria a dispensa de avalista.

Paim lembrou que o patrimônio do fundo hoje é estimado em R$ 30 bilhões e criticou que grande parte dos recursos siga ao Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar, por exemplo, a aquisição de estatais pelo setor privado. O candidato ao Senado adiantou que, caso seja eleito, pretende ainda propor melhorias na legislação que regula as cooperativas de trabalho e de crédito no país. Paim, que encerra este ano o quarto mandato na Câmara, disse que o modelo atual permite que organizações fantasmas operem com a contratação ilegal de trabalhadores.


Rita visita fábrica e fala de empregos
A deputada Rita Camata, do PMDB, candidata à vice-presidência na chapa do tucano José Serra, escolheu duas fábricas de lingerie, onde as mulheres são a grande maioria entre os funcionários, para fazer campanha na tarde de ontem, no Rio de Janeiro. Abraçou suas admiradoras dos programas programas eleitorais em rádio e televisão. Ela foi autoria de uma lei que proíbe a revista íntima em funcionárias, aprovada em 1999. Falou de outros projetos que elaborou e foram aprovados ao longo nos quatro mandatos como deputada federal. Rita explicou que está fazendo visitas a empresas exportadoras do setor têxtil porque uma das metas da candidatura é a política agressiva de vendas para o exterior que, segundo ela, ajudará no cumprimento da proposta de 8 milhões de empregos.


Sindaf faz propostas a candidatos
O Sindicato dos Auditores de Finanças Públicas do Rio Grande do Sul (Sindaf) começou a entregar ontem aos candidatos ao Palácio Piratini documento denominado 'Visão Estratégica da Política Fiscal do Estado'. Propõe itens para desenvolvimento econômico, aumento da receita tributária e política de cobrança a devedores. Sobre a previdência, a primeira indagação é se o Estado tem sistema de custeio que permita reduzir o uso da receita líquida sem depender da cobrança de aposentados. Segundo o documento, isso implica promover estudos atuariais, definir beneficiários do regime previdenciário, rever a legislação e fixar alíquotas que sejam justas ao perfil dos servidores que terão suas aposentadorias mantidas pelo regime.

O Sindaf também sugere deixar o IPE como entidade autárquica única, com registros, caixa e controles da previdência e da saúde em separado, criar fundo previdenciário público para os novos servidores e vedar ao Tesouro do Estado a administração dos recursos de aposentadoria e assistência médic a. Quanto a controle e qualidade do gasto público, o Sindaf prevê a realização de auditorias para avaliar resultados dos programas desenvolvidos pelo governo do Estado, a regionalização do controle do gasto público e a concretização de programas de fiscalização em convênio com municípios.


Tribunal anula a cassação de candidatura no Acre
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anulou ontem à noite o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Acre, que havia cassado o registro da candidatura do governador Jorge Viana, do PT, à reeleição. Os ministros do TSE acompanharam o voto do relator, Sálvio de Figueiredo, que seguiu o parecer do procurador-geral eleitoral, Geraldo Brindeiro. Segundo eles, a acusação de abuso de poder econômico e político deve ser apurada judicialmente e não no processo de registro de candidatura.


Artigos

EPTC: a empresa salva-vidas
Estilac Xavier

A EPTC foi criada por lei municipal em 1998 como conseqüência da assunção, pelo município, da responsabilidade de fiscalizar o trânsito. Esta alteração foi amplamente noticiada para que a sociedade tomasse conhecimento dos novos procedimentos determinados pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).O Brasil é conhecido como um dos países cujo trânsito mata mais, anualmente, que qualquer conflito pós-Segunda Guerra Mundial. A sociedade, traumatizada com o cotidiano de violência, exigiu normas severas para o trânsito e o Congresso Nacional aprovou o atual CTB. No entanto, surgiu um grupo que, lamentavelmente, faz do ataque à sua aplicação uma plataforma política, alimentando uma histeria irracional contra a lei.

Esse grupo questiona os controladores eletrônicos, cobra a ação dos agentes de fiscalização, denuncia que a aplicação da lei e das multas é pretexto para arrecadar mais. O libelo dos contrariados continua com um rol de acusações: os controladores eletrônicos (vulgo 'pardais') não são sinalizados e por isso os motoristas são multados, não são feitas campanhas de educação para o trânsito ou, ainda, o uso das 'lombadas eletrônicas' é melhor que o dos pardais.

De acordo com o Instituto de Segurança no Trânsito, o erro humano é responsável por 90% dos acidentes. As principais imprudências em acidentes fatais são velocidade excessiva, direção sob efeito de álcool ou drogas, distância insuficiente em relação ao veículo dianteiro, desrespeito à sinalização. Façamos o seguinte raciocínio: há uma determinação legal sobre o limite máximo de velocidade que, em Porto Alegre, é de 60km/h (exceto na avenida Castelo Branco, cuja velocidade máxima permitida é de 80km/h). Qualquer cidadão que ultrapassar essa velocidade assume, conscientemente, o risco de ser autuado e são óbvias as conseqüências para quem infringe a lei - inclusive para valorizar a ampla maioria que respeita a lei (em Porto Alegre, cerca de 72% dos motoristas nunca foram notificados e 18% tiveram apenas uma notificação). A pergunta simples a fazer é: haveria multa se não houvesse infratores?

Desde a criação da EPTC, o número de vítimas fatais no trânsito da Capital foi reduzido em 46%. As estatísticas mostram grande decréscimo no número de mortos em acidentes por avenida. O rumo adotado na política de fiscalização da EPTC está correto, mesmo que seja preciso aprimorar e qualificar o serviço. O importante é que, em Porto Alegre, os trabalhadores da EPTC ajudam a salvar vidas.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

METRALHADORA GIRATÓRIA
1) Dívida externa astronômica, desemprego explosivo, analfabetismo crônico, fúria tributária, entre outras feridas do país, e o sr. Ciro Gomes se põe diante das câmeras a provocar e disparar ofensas pessoais. Segue o ensinamento de seu mais novo aliado, Antônio Carlos Magalhães, para quem 'a melhor defesa é o ataque'. Perde a oportunidade de debater soluções, que se constituem na verdadeira expectativa da maior parcela dos eleitores.

2) Trecho de artigo do escritor Luiz Carlos Lisboa, em O Estado de São Paulo ontem: 'Os candidatos procuram compensar suas carências exibindo exatamente o que não têm ou não são. Na verdade, pretendem mostrar o que lhes falta e isso transforma seu empenho em farsa teatral de má qualidade'.

DISTANTES
Não se viu ou ouviu algum candidato à Presidência dignar-se a tratar da pretendida mudança na legislação trabalhista. Acusar sem fundamento e bater boca parece ser um esporte bem mais cômodo.

TROCA
Estrategistas do PT, que até duas semanas preferiam enfrentar José Serra no 2º turno, mudam de opinião. Agora, conhecendo melhor os adversários, acham que será mais fácil combater Ciro Gomes.

ABAIXO DE FRIO
1) Diretórios no Interior têm marcado comícios às 22h com candidatos ao governo do Estado. Não há garganta que agüente temperatura baixa e som precário. Daqui a pouco vira campanha do espirro; 2) cortes no orçamento das Forças Armadas atingiu o Departamento de Aviação Civil, responsável por fiscalizar a manutenção. Os acidentes, por coincidência ou não, sucedem-se. Para muitos resta rezar.

CARGOS
O presidente regional do PMDB, Cezar Schirmer, enviou ontem carta ao ministro da Saúde, Bajas Negri, reabrindo o debate sobre a divisão de cargos na diretoria do Grupo Hospitalar Conceição. Assunto estava havia meses em banho-maria. A tampa da panela de pressão pode provocar danos. As tentativas anteriores acabaram frustradas.

AVALIAÇÃO
Tarso Genro definiu a viagem de Lula ao Estado ontem: foi o momento de virada e ressurgimento da maré vermelha, referindo-se à volta das bandeiras do PT em ruas e praças.

MODELO
Antonio Palocci, coordenador-geral do programa de Lula, veio ontem a Passo Fundo conhecer o modelo de agricultura familiar gerenciado pelo governo do Estado. Deverá incluir no projeto nacional do partido.

NA ESTRADA
Germano Rigotto já rodou 60 mil quilômetros de automóvel desde que começou a campanha eleitoral ao governo. O luxo máximo é embarcar em avião de linha, como fez ontem, para ir e voltar de Santo Ângelo.

DOS LEITORES
- Hans Peter Gerwy: 'O déficit per capita dos aposentados do serviço público é 45 vezes maior do que o do INSS. A preocupação maior deve ter outro alvo: não é o Tesouro da União, mas a sociedade que paga esse déficit. Seria conveniente desnudar o assunto para o bem do Brasil'.

- Denise Sainté: 'Se aparecerem extraterrestres e oferecerem acordo a presidenciáveis, provavelmente terão as suas exigências atendidas. Esta campanha é muito atípica'.

- Cleonar Batista: 'Lula faz muito bem ao ficar fora das provocações de Ciro Gomes. Serra deveria aprender logo como escapar de baixarias'.

APARTES
Tom de campanhas: acusações, ironias, caneladas e golpes baixos.

Rogério Gesta Leal, representando os advogados, nomeado desembargador do Tribunal de Justiça.

Pleno do Tribunal Regional Eleitoral acelera bastante o passo e evita o acúmulo de processos para julgar.

PT nacional desaconselha acordo com outros partidos para reduzir o uso de bandeirolas nos postes.

Balança comercial brasileira tem melhor resultado em 12 anos. Só para comprovar que balança, mas não cai.

Vazamentos de informações de comitês fazem com que a segurança redobre em todos. É o olho vivo.

Pesquisa Câmera 2: denúncias e dossiês são práticas lícitas em campanha eleitoral? Sim 55%; não 45%.

Deu no jornal: 'Itamar subirá no palanque de Lula dia 21'. Se até lá S. Excia. não vier a mudar de idéia.

Outra de jornal: 'Sem regras, Internet abriga vale-tudo eleitoral'. A mensagem é 'salve-se quem puder'.


Editorial

O BRASIL EM JOHANNESBURGO

Os resultados d a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável que reunia chefes de Estado e de governo de cerca de 200 países em Johannesburgo, África do Sul, ficará aquém das expectativas dos ambientalistas de todo o mundo. Não houve avanços significativos na solução de uma das mais sérias questões ambientais, pois não foi possível obter um consenso sobre a redução dos gases que provocam o aquecimento gradual do planeta, com todas as suas conseqüências para o meio ambiente e a humanidade, como asseguram cientistas que estudam o fenômeno em freqüentes comunicados de alerta para os riscos que estamos correndo.

É preciso, contudo, admitir que a complexidade do problema exige, para a sua solução, uma série de medidas que necessariamente implicarão, nos países ricos, novamente nos Estados Unidos, uma verdadeira revolução tecnológica, capaz de assegurar produção industrial limpa, ou seja, que não afete o meio ambiente. É por esse motivo que a resistência dos países ricos à implantação de metas definidas a serem cumpridas num prazo de dez anos é tão forte, como observado agora em Johannesburgo. O debate da questão, embora não tenha sido possível determinar o cumprimento das exigências contidas no Protocolo de Kyoto, serviu para ampliar a conscientização sobre os perigos do aquecimento do planeta. Como afirmou o presidente Fernando Henrique Cardoso, ao discursar na cúpula promovida pela ONU, é preciso deter o processo de aquecimento global.

O Brasil, com destacada atuação, embora não tenha conseguido ver aprovada sua proposta de meta global de 10% de fontes renováveis na matriz energética do mundo até 2010, colocou-se na linha de frente em favor da defesa dos ecossistemas de que depende a vida na Terra. Deixou claro o presidente brasileiro que os países precisam buscar um novo paradigma de desenvolvimento que esteja baseado no princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, o que significa que cada país deve arcar com o custo da reparação do dano ambiental, proporcionalmente ao dano causado, como acordado entre os ministros do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, reunidos na África do Sul.


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09/04/2002


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