Presidente da Comissão Européia é recebido por Renan Calheiros
Em visita oficial ao Brasil, o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, foi recebido nesta quarta-feira (31) no Senado pelo presidente Renan Calheiros. No Salão Nobre, Renan e Durão conversaram sobre as experiências de criação e implantação da União Européia e do Mercosul.
Renan disse que a Câmara dos Deputados e o Senado estão se preparando para votar a criação do Parlamento do Mercosul, informando que a proposta tem como modelo o Parlamento Europeu e a própria Comissão Européia. Renan revelou que a maior dificuldade encontrada para a criação do Parlamento do Mercosul foi o estabelecimento da proporcionalidade dos membros de cada país. Ele explicou que a saída negociada foi, num primeiro momento, adotar uma regra de transição em que todos os países terão o mesmo número de membros (16).
Durão disse que a União Européia (EU) tem 25 países hoje e passará para 27 em janeiro do próximo ano, com a entrada da Bulgária e da Romênia, o que totalizará mais de 500 milhões de habitantes sob o guarda-chuva do bloco. Na Europa, acrescentou Durão, procurou-se evitar a marginalização de países menores aumentando o número de parlamentares, mas não em uma base simétrica, onde todos os países têm o mesmo número de parlamentares. Ele informou que o maior gasto do Parlamento Europeu é com intérpretes, pois são mais de 20 idiomas.
Para Durão, faz sentido um acordo bilateral entre a EU e o Mercosul, não apenas no aspecto econômico, mas também no sentido de maior cooperação e integração política. Ele assegurou que está trabalhando para que esse acordo de associação entre os dois blocos se torne uma realidade, e defendeu a tentativa de acordo na próxima rodada de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Doha, no Qatar.
- Eu não gosto de fazer previsões em termos de tempo. O que acho importante é avançarmos nos dois planos. Uma coisa não prejudica a outra. Devemos ter uma integração regional e, portanto, um acordo EU-Mercosul faz sentido. Mas devemos, ao mesmo tempo,tentar um acordo na rodada de Doha. Seria muito importante do ponto de vista econômico para o comércio mundial; do ponto de vista político como forma de mostrar a nossa convicção no multilateralismo; e do ponto de vista da justiça para ajudar os países que precisam de maior solidariedade - disse.
Durão disse acreditar que isto é possível e informou que havia conversado "longamente sobre isso com o presidente Lula", nesta quarta-feira.31/05/2006
Agência Senado
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