PRESIDENTE DA EMBRAER NÃO VÊ RISCO DE DESNACIONALIZAÇÃO DA TECNOLOGIA



Apesar de não ser contrário à aliança de grupos estrangeiros com a Embraer, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) se disse preocupado com o risco de as indústrias nacionais perderem participação na produção das aeronaves pela empresa. Em resposta, o presidente da Embraer, Maurício Botelho, afirmou que o índice de nacionalização dos aviões produzidos atualmente é de 46% e que, mesmo depois da entrada dos sócios franceses, esse percentual estará próximo daqueles verificados historicamente.- O elemento de maior valia dos produtos é a nossa engenharia - afirmou Botelho, destacando que a empresa hoje tem mais engenheiros que em 1989, auge da Embraer sob o comando estatal.Ainda respondendo a Jefferson, o presidente da empresa disse que a Embraer vai fornecer todos os aviões para o projeto Sivam, de vigilância da Amazônia. Sobre isso, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) se disse orgulhoso de os aviões responsáveis pelo patrulhamento da região serem brasileiros e comandados por pilotos brasileiros.O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista, lamentou o fato de os caça Mirage, cuja "aposentadoria está próxima", não serem substituídos por aeronaves brasileiras, e sim por meio de concorrência internacional. A compra de aviões nacionais seria importante, na opinião do brigadeiro, por "gerar empregos para a nossa gente".O senador Pedro Piva (PSDB-SP) destacou a participação dos trabalhadores no Conselho Administrativo e nos lucros da empresa. Reclamou, porém, dos altos juros praticados no país, que limitam a competitividade da Embraer no caso de vendas a longo prazo. O senador Luiz Otávio (PPB-PA) também participou do debate na CAE.

02/02/2000

Agência Senado


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